terça-feira, 9 de maio de 2017

'A Inquisição não acabou' é manual histórico de um dos períodos mais sangrentos da humanidade

O que foi a Inquisição? Como ela era usada pela Igreja para reprimir e torturar os considerados hereges e pecadores? Qual foi a herança que este período sangrento da história da humanidade deixou e que permanece até hoje? A Inquisição Não Acabou, lançamento da Editora Nossa Cultura, é um convite a uma viagem histórica pelos períodos em que a repressão e a tortura eram usadas pela Igreja como forma de exercer poder e autoridade.
Na primeira parte, o livro traz uma construção ideológica do que foi a Inquisição, imposta como ferramenta de “proteção” da fé, praticada principalmente pela Igreja Católica, mas também por outras religiões que a usaram em nome de Deus. Em uma linguagem crítica que prende o leitor do início ao fim, o autor detalha as origens da Inquisição, como eram reconhecidos os hereges, o passo-a-passo do julgamento à sentença, aspectos do contexto histórico da Idade Média, os tipos de tortura utilizados na época, a caça às bruxas, entre outros assuntos.
O Tribunal de Lima (Peru) processou 1.477 pessoas entre 1569 e 1820. Metade foi queimada viva e outros tanto condenados ao garrote. Motivos? As vítimas eram acusadas e sentenciadas por serem protestantes, judeus bígamos, supersticiosos, blasfemos, falsos celebrantes, visionários, homossexuais ou religiosos casados. Estima-se que juntas, a Inquisição tenha feito mais de 370 mil vítimas apenas na Península Ibérica (Portugal + Espanha).
A segunda parte da obra revela um rico caderno de fotos, resultado de inúmeras visitas que o autor fez a museus de tortura espalhados pelo mundo, mostrando os mais cruéis e inimagináveis instrumentos usados para punir, ferir e matar. Já a última parte do livro é um retrato de como ainda é possível encontrar, nos dias de hoje, os resquícios de uma cultura opressora e inquisitorial, no que se refere a aspectos atuais como, por exemplo, a violência doméstica, a escravidão moderna, os grupos terroristas e os preconceitos raciais.
Com um olhar crítico, o autor provoca o leitor com reflexões pontuais, tornando a leitura estimulante e ativa. A obra chega às livrarias do Brasil a partir de abril.

0 comentários:

Postar um comentário

Conteúdo Relacionado

© 2011 Uma Leitora, AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena