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quinta-feira, 11 de julho de 2019

Livro de ficção que promete uma empolgante aventura repleta de suspense

Chega às livrarias brasileiras a obra O Mistério de Cruz das Almas, terceiro livro da série de ficção Aventuras de Daniel, escrita pelo jornalista Maurício Zágari. Na nova aventura, Daniel parte em uma viagem missionária e se vê envolvido numa trama apavorante, um mistério sobrenatural que coloca a fé do jovem à prova e o leva a questionar as próprias crenças.
Marca registrada de todos os livros da série, nessa terceira publicação, Maurício levanta debates sobre questões relacionadas a princípios bíblicos e a situações que demandam determinação e coragem. A cada página, o leitor é convidado a mergulhar numa intrigante investigação e a refletir sobre tópicos importantes como fé, comportamento e integridade.
Além de divertir, os títulos da série Aventuras de Daniel são um excelente recurso para pais, professores e líderes de jovens que podem utilizar os diferentes assuntos abordados como temas para os momentos de ensino e debate.
O Mistério de Cruz das Almas é um livro que promete bom entretenimento e muita adrenalina, tendo como pano de fundo valores milenares edificantes. Um convite para mergulhar numa história de tirar o fôlego que conquistará leitores 
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terça-feira, 2 de julho de 2019

Quando a audiência é mais importante que as vidas por trás de um crime


O que parecia ser um belo domingo em família na praça principal da pacata cidade de Bento Costa, em Minas Gerais, se transformou em um terrível pesadelo. Eram por volta das nove da noite quando sete tiros são ouvidos, vindos de uma rua próxima à praça lotada, espalhando pânico e terror.

Sete corpos são encontrados em uma rua sem saída e, aparentemente, a única coisa em comum entre as vítimas é que todos tinham 26 anos. Inspirada em casos de comoção nacional, a obra Lentes Avulsas, do jornalista e administrador de empresas Raphael Vitoriano, tem como ponto de partida o mistério que envolve uma chacina que comoveu o país: quem é (ou são) o assassino?

Bento Costa, que antes era quase esquecida, se vê diante dos holofotes da imprensa nacional que noticiou tudo sobre o caso, menos a verdade. Sob a pressão da mídia, a polícia se vê obrigada a dar uma solução imediata à tragédia, vendo uma saída fácil ao atribuir o crime à uma quadrilha famosa por realizar assaltos a postos de gasolina e casas lotéricas na cidade do que buscar a fundo os verdadeiros culpados.

Pelas perspectivas das próprias vítimas e do assassino, a obra destrincha a fundo os fatos que envolvem cada personagem: suas vidas, relações, qualidades, defeitos e a motivação do crime. Aos poucos, o leitor constrói o quebra-cabeças sobre as conexões que existem entre as vítimas e a relação entre elas e o assassino.

O autor ainda provoca uma discussão sobre as problemáticas éticas e morais da sociedade, expondo como cada pessoa é uma peça dentro de um jogo muito maior e a influência que a ação de cada um pode ter na vida do outro.

A cada capítulo é explícito como o sensacionalismo que envolve as grandes coberturas jornalísticas de tragédias se sobressai ao simples fato de noticiar. Tudo pela audiência. E quem está errado nesse ciclo vicioso? O público que quer consumir cada vez mais esse tipo de matéria ou os veículos de comunicação que também precisam dessa audiência?

Em meio a muito suspense e mistério, Lentes Avulsas convida os leitores a se permitirem analisar todos os ângulos de um fato, por maiores que sejam as evidências. Atual e crítica, a obra traz questionamentos necessários sobre a sociedade contemporânea e questiona: será que tudo o que vemos nos noticiários é realmente a verdade?
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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Imigração e preconceito em literatura intensa e original

Baal, editada pela Record, é uma história familiar, escrita pela escritora e psicanalista Betty Milan, autora do best-seller Paris não acaba nunca, livro de crônicas – publicado inclusive na China – e dos romances, A Mãe Eterna e O Papagaio e o Doutor, cujos direitos já foram comprados para o cinema.

O narrador do novo livro é Omar, originário do Oriente Médio. Após largar do seu país para fugir da guerra ele enfrenta, na América, o drama do preconceito e as dificuldades da mascatagem. Depois, contrariando todas as estatísticas, enriquece e constrói para a sua filha única, Aixa, um palácio, Baal, que é “uma joia do Oriente no Ocidente”.

Após a sua morte, o mundo familiar começa a ruir, assim como o palácio que, além de ter sido a casa da família, acolheu muitos imigrantes e estava destinado a ser um memorial da imigração.

Pervertidos pelo dinheiro e com medo do empobrecimento, os netos resolvem demolir Baal para vender só o terreno e fazer o mais rentável dos negócios. Tiram a mãe, Aixa, já idosa do lugar onde ela sempre morou e a transferem com a fiel servidora e o cachorro para um cubículo.

Indignado, Omar rememora a sua vida e, ao fazer isso, descobre que, por ter sido omisso, também foi responsável pelo drama da família. O protagonista não contou sua verdadeira história e não transmitiu o que sabia. Além disso, não formou Aixa para ser a sua sucessora pelo fato dela ser mulher.

Trata-se de uma obra sobre o sofrimento, a luta e o trabalho dos imigrantes. Sobre o preconceito em relação às raízes. Sobre a falta de gratidão dos descendentes. Baal mostra a importância da rememoração e dá a entender que a memória é a condição da paz.

O homem imigra desde sempre. Mas a história subjetiva da imigração é pouco conhecida e é por ela que Betty Milan se debruça, daí a originalidade desta nova obra.
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Romance juvenil sobre Física Quântica?

Viagem no tempo é um assunto difícil de ser abordado na literatura sem fazer o leitor se perder na cronologia da história, mas a escritora Giovanna Vaccaro, apesar da pouca idade, faz isso com maestria e conquista o leitor com sua escrita.

A hipótese da viagem no tempo se refere ao conceito de mover-se para trás ou para frente através de pontos diferentes na cronologia em um modo análogo à mobilidade pelo espaço. Algumas interpretações sugerem a possibilidade de viajar através de realidades paralelas. Mas, de uma forma espetacular, Vaccaro em sua obra “E se...”, faz com que esse acontecimento seja ainda mais divertido e curioso, pois ao invés de usar máquinas do tempo, portais ou buracos de minhoca, ela aborda esse fenômeno através de uma pílula que leva o protagonista para qualquer ponto no espaço-tempo. Demais, né?

O livro “E se...”, da escritora e estudante de jornalismo Giovanna Vaccaro, publicado pela Editora Coerência já em sua segunda edição, aborda a história do jovem um tanto rebelde, Logan Moore que é colocado no centro da fantasia romântica como personagem principal, quebrando o estereótipo da “mocinha” sempre ser a protagonista em romances. Porém, para Logan, quando se trata de amor ele está disposto a fazer tudo. Na narrativa, o leitor acompanhará Moore em sua busca para evitar que a paixão de sua vida, Olívia, se machuque – mesmo que isso signifique sacrificar tudo que ele possui e viajar no tempo diversas vezes, revivendo sofrimentos e consequências desastrosas.

De maneira sensata, a autora sempre coloca um pouco de conscientização a assuntos sérios na moral da história. É com esse intuito que essa jovem escritora, de mentalidade aberta, se prepara para emocionar os diversos tipos de leitores do Brasil – dando voz ao futuro da literatura jovem no país.
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domingo, 17 de fevereiro de 2019

Preconceito, crise global e terrorismo: os perigos da Inglaterra futurista


A ideia de guerras entre diferentes povos e culturas é frequentemente utilizada em enredos de filmes de fantasia e já foi retratada em grandes produções hollywoodianas como Matrix, Mad Max e Tron. O conceito de grandes civilizações desenvolvidas e um possível colapso entre nações é um assunto muito debatido nos dias de hoje. Esses conflitos geram grande influência em representações culturais, como a literatura.

A Guia, livro de estreia da jovem autora mineira Évany Cristina Campos, de apenas 21 anos, é uma fantasia original e distópica, que leva aos leitores importantes discussões do mundo contemporâneo, como: a reflexão sobre o preconceito pelo que é diferente, a degradação do meio ambiente resultado de uma crise global e a falta de controle dos Estados com relação ao terrorismo e a corrupção.

A trama, que se inicia numa Inglaterra futurística, apresenta a história de Mariana Holles, uma jovem que tem o amor de uma mãe adotiva, amigos leais e uma vida que qualquer um, em seu mundo, poderia querer. Afinal, Marin, como é chamada por seus amigos, é uma celebridade em ascensão. Ela foi a piloto mais jovem a ganhar o campeonato mundial de corridas de aeronaves, na pista Winged, logo em sua estreia. Nada parece ser capaz de parar a determinada corredora, nem mesmo as curvas perigosas do Valley Fog na Golden Eagle, conhecida como vale da morte, ou as constantes implicâncias de seu maior rival, Lionel Reis.

Dona de uma inteligência admirável e uma personalidade forte, sua vida perfeita está prestes a mudar. Ao sair da festa de premiação, ela presencia, junto a Lionel, um estranho desabamento de prédio. Ao tentar resgatar um homem que está nos escombros, Lionel recebe uma corrente dourada em forma de heptágono. A partir daí, ambos são perseguidos por três figuras encapuzadas de pele branca e gélida, até que acordam em uma desconhecida parte do mundo, as Sete Colônias.

Impedidos de voltar para casa, os dois tem uma missão a cumprir. Apresentados a outros jovens, começam um treinamento intensivo e passam por testes que vão determinar quais armas poderão utilizar para esta jornada. A colônia será atacada em breve e todo o equilíbrio do mundo poderá ser abalado. Agora, a maior disputa de Mariana e Lionel será lado a lado. O maior oponente deles será o Deus da Sombra e a maior glória de ambos não será um mero troféu, mas manter a salvo todos aqueles que amam.

Com personagens muito particulares, de características únicas e um enredo engenhoso, A Guia vai muito além da trivialidade de um livro de fantasia ao apresentar temas recorrentes do nosso cotidiano. Além disso, a obra nos faz refletir sobre como a alma e o pensamento influenciam nas ações e nos acontecimentos que nos permeiam.
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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Sobreviva ao apocalipse com 6 dicas da escritora Ana Beatriz Brandão


O apocalipse, que dizimará grande parte da população mundial e que desafiará a sobrevivência dos grupos restantes, irá acontecer. Isso é fato. E estar preparado para enfrenta-lo já é o primeiro passo para chegar mais longe no jogo da sobrevivência.

É esse enredo que a escritora best-seller Ana Beatriz Brandão apresenta no livro Sob a Luz da Escuridão, pela Verus Editora. A trama apresenta o antagonista Leonard Travis Goyle, que tinha a intenção de criar uma raça perfeita, dizimando nações e etnias inteiras por longos 50 anos, na chamada Terceira Guerra Mundial. Grupos de resistência foram formados e deram origem à Quarta Guerra Mundial, que resultou na morte do ditador. Agora, a luta pela sobrevivência é um dos maiores desafios. Mas como sobreviver em uma sociedade devastada, em uma verdadeira terra sem leis e nem governo?

Para isso, separamos algumas dicas básicas para resistir nesse cenário de caos e incertezas:

  1. Estoque suprimentos para sobreviver por dias. Quando o apocalipse chegar, as cidades viverão um verdadeiro colapso, e a busca por mantimentos será cada vez mais difícil. Por isso, uma estabilização e autossuficiência será primordial para se manter vivo.
  2. Guarde somente o necessário. Com a hecatombe eminente, a sobrevivência será a única prioridade das pessoas, e para isso é preciso ter o necessário para sobreviver independente do lugar. Por isso é preciso abrir mão de alguns objetos que já perderam seu valor e que só ocupam espaço. Então deixe o videogame ou as revistinhas de fofoca para trás e abra espaço para as garrafinhas d’água e para as barrinhas de cereais.
  3. O que deve conter no kit de sobrevivência básico? A alimentação é sempre muito importante, por isso aquela comida enlatada que só se via em filmes é uma ótima pedida, ainda mais acompanhada de uma água para hidratar. Analgésicos também são importantes, acredite você vai precisar. Ah, levar uma arma que saiba usar é uma boa opção, além de um canivete mil e uma utilidades.
  4. Tenha um sistema de comunicação. Com um apocalipse batendo a porta, os meios de comunicação deixarão de existir. Porém, é primordial que se tenha maneiras que permitam a comunicação com outros seres vivos. Afinal, nunca se sabe quem estará do outro lado do walkie-talkie.
  5. Aprenda a caçar. Os grupos de sobrevivência serão cada vez menores, e dificilmente aceitarão abrigar um estranho no ninho. Sendo assim, é importante saber se virar sozinho. Quando o estoque de comida acabar, a caça será a melhor maneira de consumir uma proteína.
  6. Leve seu livro favorito. No meio de todo o caos e maluquice, é sempre bom guardar um tempinho para manter a sanidade e revigorar as energias. Um bom livro sempre é uma bela pedida, afinal a leitura nos faz esquecer nossos maiores problemas, mesmo aqueles quem batem em nossa porta com superpoderes ameaçadores.



Sobre Sob a Luz da Escuridão: O mundo não está a salvo dos humanos... Da autora de O Garoto do Cachecol Vermelho. Guerras e destruição, causadas pela ganância de um homem, quase levaram a raça humana à extinção. Com a radiação das bombas nucleares, o DNA humano sofreu mutações e uma nova espécie surgiu: os metacromos, seres especiais, com poderes extraordinários. Em meio ao caos de um mundo pós-apocalíptico, Lollipop e Jazz são resgatadas do instituto onde eram mantidas prisioneiras. Com as memórias apagadas, elas não sabem por que estavam ali nem quem as libertou. E, enquanto buscam respostas sobre suas origens, só lhes resta lutar pela sobrevivência. Evan, um vampiro milenar, lidera com mãos de ferro uma das mais poderosas áreas do planeta. Mas quando, por obra do destino, ele reencontra a mulher que pensou estar morta há décadas, tudo desmorona e ele é obrigado a enfrentar o passado. Ana Beatriz Brandão apresenta um mundo totalmente novo ao leitor em Sob a luz da escuridão. A raça humana não é mais a mesma, novas espécies foram criadas e agora é cada um por si. Uma história eletrizante, cheia de ação, tensão e romance, que vai provocar fortes emoções no leitor. Prepare-se e escolha seu lado nessa guerra: você é um metacromo ou um Deles?
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sábado, 1 de setembro de 2018

Ficção científica nacional, Oráculo de Cristal aborda o conceito de realidades paralelas


A ideia de realidades e universos paralelos é frequentemente utilizada em enredos de ficção científica, como o retratado no aclamado filme Interestelar. No entanto, o conceito não é uma invenção cinematográfica ou literária. Considerada uma possibilidade científica, a Teoria do Multiverso é uma tese complexa que defende a existência de um número infinito de universos paralelos.

Explorando o tema, que protagoniza vigorosos debates entre os físicos, na obra escrita pelo estudante paulista de Biologia, Rodrigo Galves, uma máquina é capaz de desvendar todos os possíveis futuros, criados a partir de cada escolha tomada.

No livro Oráculo de Cristal, publicado pela Editora Novo Século, o leitor é apresentado a um mundo futurístico, onde os carros voam e cidades flutuantes são construídas sobre oceanos, governado por um grupo chamado King&Queen.

Após uma epifania, o cientista de segunda Morgan Dirac tem a ideia de construir uma máquina capaz de revelar realidades paralelas e saber quais escolhas foram tomadas, para então culminar em cada uma delas. Batizada de Oráculo de Cristal, Morgan usará sua invenção com o intuito de conseguir o que tanto almeja: desbancar o King&Queen para que ele mesmo possa dominar o mundo.

“Dentro da Oráculo de Cristal o cientista estava prestes a realizar o seu sonho. Colocou um capacete ligado à esfera na cabeça e virou uma alavanca para cima.” (p. 32)

Com a ajuda de Sonya Barthes, uma antiga colega de escola e seu grande amor, o Dr. Dirac consegue construir a máquina. Porém, após trabalharem incansavelmente por um ano, o projeto acaba falhando.

Três anos depois do fracasso, Morgan é procurado por Frederick Klein, o representante de uma organização misteriosa que alega ter construído corretamente o Oráculo de Cristal. No entanto, apesar de finalizada, Dirac é o único que consegue utilizar a máquina.

Agora, com sua grande criação funcionando perfeitamente, enquanto Morgan busca controlar as pessoas ao seu redor para, finalmente, dominar o mundo, essa organização secreta passa a manipulá-lo para atingir os seus próprios interesses obscuros.

Com personagens cativantes e um enredo inteligente, Oráculo de Cristal traz uma trama carregada de suspense e aventura, além de um final surpreendente. A obra ainda convida o leitor a refletir sobre escolhas e prioridades, evidenciando a imprevisibilidade do futuro. Afinal, uma escolha é capaz de mudar tudo!
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quarta-feira, 30 de maio de 2018

200 anos de Frankenstein: conheça 10 curiosidades sobre o clássico


Em 2018, a clássica obra de Mary Shelley, Frankenstein, completa 200 anos. Publicada originalmente em 1818, quando a autora tinha apenas 20 anos, revolucionou o gênero literário dos contos de terror. A obra mistura elementos de terror e ficção cientifica e rapidamente tornou-se um grande clássico da literatura gótica.

Para comemorar os 200 anos do monstrinho, o selo Via Leitura, da Edipro, traz uma nova edição da obra, que é considerada uma das maiores e mais fascinantes histórias de horror de todos os tempos.

Confira 10 curiosidades que poucas pessoas conhecem sobre o conto:

1. Frankenstein surgiu de uma aposta?
Em 1816, Mary Shelley, John Polidori, Percy Shelley e Lord Byron (os dois últimos considerados uns dos maiores poetas da língua inglesa), fizeram uma aposta entre amigos de quem conseguiria escrever a melhor história de horror de todos os tempos. Nesta ocasião, Mary escreveu o clássico Frankenstein, o que a tornaria “a mãe da ficção cientifica”.

2. Quem escreveu Frankenstein mesmo?
Apesar de hoje em dia todos conhecerem Mary Shelley como a criadora do famoso monstrinho, nem sempre foi assim. Isso porque a primeira publicação da obra foi lançada de forma anônima. Os motivos para Mary ter feito isso ainda são discutidos. Alguns defendem que a autora preferiu o anonimato por temer críticas enviesadas por ser uma jovem mulher. Outros acreditam que foi devido a fama de seus pais. Mary é filha do filósofo William Godwin e da feminista Mary Wollstonecraft.

3. O monstro não chama Frankenstein? Como assim?
Frankenstein na realidade é o nome do cientista que criou o monstro, o Dr. Victor Frankenstein. Na história original o monstro não tem nome, sendo chamado de “O monstro”, “A criatura”, ou “Aquilo”.

4. Frankenstein e a bioética.
Na história, o monstro é concebido de forma desumana, movido unicamente pela ambição do cientista. A criatura não recebe sequer um nome e é altamente desprezada pela sociedade. Inclusive, esse é um dos temas no qual Frankenstein é debatido até hoje: o da bioética. Esse ano, o The Royal Institution (fundado em Londres em 1799) irá organizar um congresso devido os 200 anos de Frankenstein, para discutir, entre outros temas, a bioética e a biotecnologia.

5. A obra de Marry Shelley e a transfusão de sangue.
No ano de 1818, foi realizada a primeira transfusão de sangue com sucesso. Mesmo assim o processo, por décadas, foi considerado como um procedimento bastante arriscado. O desenvolvimento de novas técnicas e descobertas cientificas da medicina sempre geraram muitos debates. E na obra, Mary traz ao público algumas dessas discussões que estavam surgindo na época.

6. Frankenfoods?
A obra de Mary Shelley inspirou não somente grandes nomes da cultura, mas também ultrapassou barreiras e chegou ao ramo alimentício. Frankenfood, ou comida Frankenstein, é o termo derivado em inglês para alimentos geneticamente modificados, que são mais conhecidos como transgênicos. O nome Frankenfood é usado normalmente por críticos dessa descoberta, como Paul MacCartney em sua campanha “Say no to GMO” (diga não para o Organismo Geneticamente Modificado).

7. O Frankenstein não é verde.
Na obra original de Mary Shelley, o monstro não é da cor verde, como estamos habituados a ver nas inúmeras adaptações cinematográficas do livro, mas sim a criatura é descrita com um tom de pele “amarelo pálido”, uma cor cadavéria. Assim como é visto na versão interpretado por David Prowse, de 1970, e Penny Dreadful, exibida no Brasil pela HBO e tem a versão também disponível no Netflix.

8. Frankenstein realmente existe?
Sim, Frankenstein realmente existe, e não, não é da maneira que as pessoas pensam. Na verdade, Frankenstein é o nome de um castelo que fica localizado na região de Darmstand, na Alemanha. Inclusive, o local foi visitado por Mary Shelly na época, e o nome foi usado de inspiração para sua obra.
A melhor parte disso é que o castelo ainda existe, bom pelo menos em parte. A edificação hoje encontra-se em ruínas, porém ainda existem algumas torres de pé e partes do castelo ainda podem ser visitadas. O local possui um pátio enorme, uma pequena lanchonete e uma área para piquenique com mesinhas.

9. Assistente Igor
O assistente Igor, que nas adaptações cinematográficas é criado para dialogar com o Dr. Victor, e também serve, em alguns momentos, como alívio cômico na história, de nada tem a ver com o personagem da literatura. Na obra, o assistente é descrito como recluso e que cada vez mais passa a se distanciar da sociedade.

10. O que a aposta rendeu no final?
Já citamos que a motivação para Mary Shelley começar a produzir esta obra de terror foi uma aposta feita entre amigos. Porém, alguns fatos interessantes podem ser contextualizados. Na aposta, além de Mary, também participa o escritor Percy Shelley. O sobrenome do autor não é mera semelhança, pois Mary e ele se casaram alguns anos depois.
Além do Frankenstein, a aposta também rendeu o início de outro gênero de terror literário que é aclamado até hoje, o dos vampiros. Já que John Polidor escreveu The Vampyre, que seria a primeira obra literária sobre o tema.
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sexta-feira, 11 de maio de 2018

Conheça o romance distópico "A lucidez da lenda", de Raul de Taunay


Numa cidade fictícia no Amazonas, segunda metade do século XXI, a jovem ribeirinha Antônia dos Anjos tem o poder de comunicar-se com Deus. Ele a instrui a impedir que a Amazônia seja dominada pela Federação das Corporações Unidas – associação multinacional que pretende desacreditar o governo brasileiro perante a comunidade internacional. A meta é que a opinião pública apoie uma invasão dos exércitos da FCU e a criação de um estado ‘soberano’, ‘livre’ e ‘democrático’, gerido pela entidade 
no coração da "Amazônia Legal". 

Qualquer semelhança entre o livro e o que acontece em áreas de conflito no planeta atualmente NÃO é mera coincidência.

Personagens apaixonantes, belas descrições da mata virgem do Alto Amazonas e a criatividade do autor ao nos apresentar máquinas do futiro – robôs deletadores, helijatos e foguetes propulsores individuais – transformam "A lucidez da lenda" em um romance cativante e quase profético.
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sábado, 15 de abril de 2017

Aberrações Selvagens leva ficção e aventuras para o leitor


Uma eletrizante trama ficcional sobre guerra, superpoderes e conflitos de ordem pessoal embalam o novo livro “Aberrações Selvagens”. Escrito pelo youtuber e crítico de séries Felipe Salazar, a obra conta a saga entre diferentes raças de animais antropomórficos - seres com feições animalescas, mas com aparência e comportamento humanos – que precisam conviver numa mesma região.

Mesmo tendo a temática dos "superpoderes", o livro não se resume a destruição, romances perfeitos nem a luta clássica entre o bem e o mal. Para o autor, a trama mostra, por meio da aventura e da ficção, circunstâncias que poderiam acontecer se tudo estivesse mais próximo da realidade. “Discute-se muito, por exemplo, sobre a globalização e a busca do respeito do espaço de cada sociedade para o funcionamento do mundo”

- São abordadas ainda situações de preconceito, fugas, tramas complexas, conflitos internos e traições, e ainda algo pouco explorado, como as mudanças psicológicas dos personagens - relata.

A história começa contando que vários seres, que antes viviam separados, uniram-se após a guerra. A partir disso, criaram uma sociedade a qual as suas diferenças e suas culturas eram respeitadas e não menosprezadas.

Novos líderes foram selecionados para conduzir esse novo mundo, onde as terras não estavam limitadas às suas espécies dominantes. Então, as raças dos caninos, felinos, roedores e répteis se espalharam por todas as partes, misturando todas as atividades desenvolvidas anteriormente por suas respectivas espécies. “Nesse instante, temos um período de paz, sem conflitos e com a concórdia sendo compartilhada entre todos”.

Porém, após um incidente, alguns seres começam a apresentar misteriosamente habilidades extraordinárias. “Acreditando ser uma grande ameaça para a comunidade, o governo cria uma equipe geneticamente modificada com o objetivo de capturar esses que adquiriram os superpoderes. ”
- A ditadura do continente obriga a todos os envolvidos a lutar em busca de justiça e segurança, porém ninguém sabe das verdadeiras intenções do Governador ao iniciar esse projeto. Então, gera-se um conflito sem precedentes que abala a paz existente naquele mundo – revela.
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domingo, 9 de abril de 2017

Caraval: sucesso de vendas em mais de 20 países chega ao Brasil


Best-seller de estreia da autora norte-americana Stephanie Garber está prevista para chegar nas terras canarinhas ainda no primeiro semestre de 2017. Com seu texto traduzido em mais de 20 países, Caraval é o primeiro volume da série, e a autora já conta com a estimativa de ainda lançar o segundo exemplar em inglês no final deste ano nos EUA. 

Com um tom sombrio em um universo fantasioso, o enredo até chamou a atenção de grandes estúdios de Hollywood – teve seus direitos de imagem comprados pela 20th Century Fox – e também de suspeitas de envolvimento dos produtores de grandes sucessos como Jogos Vorazes e Divergente.

Além de entreter o público com a atmosfera de suspense, a obra possui personagens fortes, repletos de estigmas. A protagonista, por exemplo, enfrenta um passado abusivo com um pai opressivo. É uma narrativa voltada para jovens adultos, onde a trama é repleta de ação, romance e pitadas de fantasia.
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terça-feira, 4 de abril de 2017

Aleph lança "Nós" de Yevgeny Zamyatin


Nós é um romance distópico escrito entre 1920 e 1921 pelo escritor russo Yevgeny Zamyatin. A história narra as impressões de um cientista sobre o mundo em que vive, uma sociedade aparentemente perfeita mas opressora, e seus conflitos ao perceber as imperfeições dele, ao travar contato com um grupo opositor que luta contra o "Benfeitor", regente supremo da nação. O livro só adentrou legalmente a pátria-mãe do autor em 1988, com as políticas de abertura do regime soviético, devido à censura imperante no país.



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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Ficção traz suspense alucinante em ‘Febre de Enxofre’


O que esperar de um convite que pode mudar sua vida? Sorte, armadilha ou simplesmente alucinações? Essa é uma questão que envolve o poeta desiludido Yuri Quirino, personagem do livro “Febre de enxofre”, do escritor mineiro, porém radicado na Paraíba, Bruno Ribeiro. 

O romance, publicado pela editora Penalux, começa quando Yuri se despede da mulher amada e conhece Manuel di Paula, uma criatura estranha que oferece uma oportunidade peculiar de trabalho para ele: escrever sua biografia. Para produzi-la, Yuri precisa viajar até Buenos Aires (Argentina), a cidade natal de Manuel. Porém, ele termina entrando em uma voragem absurda de horror e perdição.

Elementos como o culto, o prosaico e o sagrado, a alucinação e a realidade, são pontos importantes das versões pós-moderna dos grandes mitos da literatura moderna: o vampirismo, traduzido com muita vitalidade na obra de Bruno Ribeiro.

Segundo o autor, o livro tende a se converter em um jogo de bonecas russas, ou espelhos confrontados, onde um e outro pisam na cauda do outro mutuamente. Ele comenta ainda que a obra brinca com o real e com o fictício, trazendo um mundo de imaginação e suspense para o leitor. “É um livro que assume riscos e cumpre com as expectativas que se propõe. Sem pudor”, ressalta. 



Sobre o autor: 

Nascido em 1989, Bruno Ribeiro é mineiro radicado na Paraíba. Tradutor, escritor, roteirista e membro da banda Creepypasta, já publicou e foi destaque em jornais, revistas, blogues e antologias. Bruno é também mestre em Escrita Criativa pela Universidad Nacional de Tres de Febrero, editor da Revista Sexus.

Foi um dos vencedores do concurso literário Brasil em Prosa (com mais de 6 mil inscritos), promovido pelo jornal O Globo e pela Amazon com apoio da Samsung, e também foi finalista do Prêmio Sesc de Literatura 2016.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Conheça Um Passeio no Jardim da Vingança, ficção científica passada em Porto Alegre

Muita gente acredita que no futuro haverão robôs humanoides, carros voadores e até a possibilidade de teletransporte. No livro Um Passeio no Jardim da Vingança, do juiz do trabalho Daniel Nonohay, estes são apenas sonhos distantes. As grandes cidades estão divididas entre zonas vigiadas e periferias. As drogas, controladas e distribuídas por laboratórios, estão por todos os lados, além de implantes cibernéticos que aumentam a memória das pessoas.

Na história, Ramiro de Souza Braga é um advogado com a conta bancária cheia, mas a vida completamente vazia. Ele nasceu no interior de Porto Alegre em uma família modesta, que o ajudou a entrar no curso de Direito, tendo se destacado rapidamente na profissão. Durante este tempo, viciou-se em drogas e conheceu Rogério, um jovem inconsequente, mas de uma família riquíssima. Desta amizade surgiu uma parceria promissora entre os dois, que juntos abriram um escritório de advocacia.
“Passei a viver em duas fases. Ligava de manhã com a meta e desligava à noite com a heroína. Finais de semana eram livres; tomava qualquer uma, dependendo do programa.”

Anos depois, bem casado e sócio de uma grande empresa na capital gaúcha, Ramiro demonstrava-se apático com o que tinha, até sofrer um acidente gravíssimo e misterioso. Isso o faz repensar sua vida. Engajado no objetivo de mudar, o advogado busca retornar à ativa no escritório, mas é impedido pelos sócios. Frustrado, ele planeja uma vingança e descobre segredos comprometedores e extremamente perigosos.

A única maneira que ele encontra para continuar vivo é sua capacidade de utilizar os dois implantes no cérebro, que estendem a sua capacidade de memória e lhe permitem acesso direto à “rede”. A partir disso, Ramiro vive uma jornada contra o tempo e a favor da própria sobrevivência, experimentando na pele que confiar em qualquer pessoa pode se tornar uma ameaça.
“Não se pode ser amigo de quem você não respeita. Você pode sentir pena, piedade, compaixão. Pode até mesmo amar a quem não respeita. Mas não pode ser amigo. Eu não era mais amigo de Rogério. Pensando bem, eu não seria meu amigo também.”
 
Dividido em duas partes e com diversas linhas cronológicas, Um Passeio no Jardim da Vingança se passa em Porto Alegre. Trata-se de uma obra intrigante e obscura, repleta de teorias e conspirações que irão surpreender a cada página.
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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Guerra do Velho: aos 75 anos, aliste-se!

Guerra do Velho, escrito por John Scalzi – um dos maiores nomes da ficção científica contemporâne​a​​, vencedor dos prêmios Hugo e Locus –, chega ao Brasil publicado pela Editora Aleph. O livro, primeiro volume da saga homônima, foi adaptado para a televisão, tornando-se a série Ghost Brigades, que será transmitida ​pelo canal Syfy nos Estados Unidos.

A história se passa em um futuro no qual os humanos são capazes de realizar viagens interestelares. O universo, entretanto, não é um ambiente amigável, pois diversas formas de vida disputam os poucos planetas habitáveis por meio de guerras. O peso de proteger a humanidade concentra-se nas mãos das Forças Coloniais de Defesa (FCD), que não apenas protegem o planeta das batalhas, como também possuem bastante conhecimento sobre a situação. Os membros desse exército são os únicos que conhecem o que acontece no espaço, e, para se alistar, o candidato deve ter mais de 75 anos. Assim, é exatamente isso que o viúvo John Perry, personagem principal do livro, faz.

A história se passa em um futuro no qual os humanos são capazes de realizar viagens interestelares. O universo, entretanto, não é um ambiente amigável, pois diversas formas de vida disputam os poucos planetas habitáveis por meio de guerras. O peso de proteger a humanidade concentra-se nas mãos das Forças Coloniais de Defesa (FCD), que não apenas protegem o planeta das batalhas, como também possuem bastante conhecimento sobre a situação. Os membros desse exército são os únicos que conhecem o que acontece no espaço, e, para se alistar, o candidato deve ter mais de 75 anos. Assim, é exatamente isso que o viúvo John Perry, personagem principal do livro, faz.
 

Se a expectativa causada pelo hype em cima do autor é grande, Guerra do Velho consegue superá-la surpreendendo o leitor em uma viagem ao espaço rica em detalhes, com grande variedade de espécies alienígenas, apoio à diversidade e cenas de ação eletrizantes. O livro ainda relembra clássicos da ficção científica militar como Tropas Estelares, de Robert Heinlein.

Além do enredo perfeito para qualquer fã de ficção científica, a obra de John Scalzi promete alcançar outros leitores, considerando-se que o autor explora discussões sobre as relações pessoais dentro do militarismo, a hierarquia, casamento, amizade, questões individuais e o que torna um ser humano realmente humano.

SOBRE O AUTOR

John Scalzi é escritor, editor e crítico de cinema. Ex-presidente da Science Fiction and Fantasy Writers of America, já ganhou os prêmios Hugo e Locus, além do prêmio John W. Campbell de Melhor Escritor Estreante, com Guerra do velho, seu primeiro romance, que deu origem a uma série. Seus outros livros incluem Red Shirts e Encarcerados. Scalzi mora em Ohio, nos Estados Unidos, com a esposa, a filha e vários animais de estimação.
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quinta-feira, 28 de abril de 2016

O Oceano no Fim do Caminho

de Neil Gaiman (Editora Intrínseca)

Um homem de meia idade volta para casa para um funeral. E após muitos anos ele se recorda de fatos sobrenaturais que vivenciou na infância e estranhamente esqueceu. Este é o início de O Oceano no Fim do Caminho, de Neil Gaiman (Editora Intrínseca, 208 páginas). No livro, em flashback, ficamos sabendo a história deste menino, cujo nome não é dito, de apenas sete anos de idade. 

Tudo começou quando seus pais o mudaram de seu quarto para alugar o cômodo para um minerador de opala. O homem estranho atropelou seu gato. Alguns dias depois roubou o carro da família e cometeu suicídio na estrada que dava na casa das Hempstock, trio de mulheres que vivia na antiga residência. 


Deste evento, o menino de Sussex que era como qualquer criança e reclamava de coisas normais do cotidiano, da comida, das brigas com sua irmã, é exposto a um tipo de mundo que não conhecia. Um mundo sombrio e violento, com seres ancestrais obscuros e perigosos. Um deles, sob a forma de uma bela mulher se candidata para ser sua babá. Angela Monkton é uma destas criaturas vis, e fará de tudo para destruir o complicado balanço familiar da casa.  

Como na maioria das histórias de Gaiman, o mal se apresenta de muitas formas. É o medo absurdo que sentimos do desconhecido, dos cantos escuros, de tudo que não conhecemos. Assim como o medo das pessoas, das possibilidades a que cada um está sujeito. Também tem a presença do maligno, uma maldade tão grande que chega quase a ser incompreensível. E lidando com todas estas ameaças que o menino precisa triunfar. 


Assim como em Coraline, Gaiman consegue mostrar uma criança inocente vivendo momentos de terror, e lidando com essas ameaças da melhor forma que consegue. Na narrativa, o menino é o único de casa que sabe que sua família está em perigo, e fará o que puder para salvá-los. Ele contará com a ajuda das três mulheres estranhas que moram no fim de sua rua, onde ele viu seu primeiro oceano. Não é fácil contar o que acontece, é preciso ler para compreender. 

Sua melhor companhia é de Lettie, uma menina que aparenta ser apenas alguns anos mais velha que ele, mas que tem uma sabedoria de pessoa idosa. Ela, como sua mãe e sua avó são as únicas moradores da casa no fim da rua. Os homens de sua família partiram há muitos e muitos anos para nunca mais voltar. Muitos mistérios envolvem a existência delas, e as três são uma das melhores partes do livro.


Não nego que sou fã do trabalho do autor, e mais uma vez ele consegue surpreender. O Oceano no Fim do Caminho é um livro que não entrega todas as suas verdades, dá espaço ao leitor para interpretar, e isso te ficar pensando na história mesmo depois que o livro já acabou. 

É impossível não pensar nas implicações de um trauma desta magnitude,  ou refletir sobre as experiências que vivenciamos quando somos pequenos e que ficam borradas na memória com o passar dos anos, não permitindo que a gente saiba com certeza o que aconteceu.

De novo, Neil Gaiman traz elementos tão primoridiais aos seres humanos, misturados com elementos fantásticos e cria um livro impossível de largar. Leitores de qualquer idade vão gostar desta narrativa, e para quem já é fã do autor, é uma leitura obrigatória.  
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quarta-feira, 29 de abril de 2015

A Música do Silêncio

de Patrick Rothfuss (Editora Arqueiro)

Na série de livros A Crônica do Matador do Rei, uma personagem chama muito a atenção do leitor. Uma amiga de Kvothe, chamada Auri é uma menina magricela e desgrenhada que vive nos subterrâneos da universidade. Ela é esperta, ágil, desconfiada, mas acima de tudo uma alma cheia de sensibilidade em um mundo duro. A amizade dos dois tem alguns dos momentos mais lindos de O Nome do Vento e o Temor do Sábio.



Antes de agraciar seus leitores com o terceiro e último volume de sua série, Patrick Rothfuss decidiu contar um pouco mais sobre Auri, mas na apresentação do livro já escreve contando que “talvez você não queira comprar este livro”. Alguém ensine marketing para este homem? Hahahaha

Ele e o tipo de autor de quem eu leria até a lista de compras, então certamente que me interessei pelo livro curtinho, com apenas 130 páginas. Nele, conhecemos a rotina de Auri nos subterrâneos, acordar, encontrar coisas, mudar os seus objetos de lugar, procurar comida, tomar banho. Mas principalmente, os leitores tem a chance de conhecer pela primeira vez a personagem.



Sua forma de pensar e de ver o mundo é muito particular, tanto que em certos pontos é possível se dividir entre a pena e a compaixão. Auri tem uma vida simples, e vive seus dias encontrando coisas para fazer, achando novos caminhos nos subterrâneos, e salas abandonadas cheias de pequenos tesouros. Ela conta os dias até seu próximo encontro com Kvothe, seu amigo da superfície que sempre lhe traz presentes.

É impossível ler este livro e não se roer de curiosidade, imaginando de onde veio a Auri, e pelo que ela passou até chegar onde está neste momento. Se sabe que ela foi uma aluna da universidade, mas não por que parou de estudar, nem por que vive sozinha debaixo da terra. Onde está sua família, e seus outros amigos, são dúvidas que vão permanecer.

 
Auri sempre foi cheia de mistérios e segredos, alguns vão sendo revelados lentamente nesta breve narrativa, mas muitos seguem atormentando. Este livro é simplesmente lindo, não posso dizer muito mais, exceto que adorei. A narrativa de Rothfuss tem uma força impressionante, e ele realmente consegue tornar qualquer cena por mais simples em uma história cheia de emoção e interesse para o leitor. Sua escrita consegue ser poética e fluida ao mesmo tempo, ele usa palavras difíceis e expressões incomuns, mas mantém a simplicidade sem ser pedante.

Poucos autores tem o talento de criar personagens tão palpáveis nas páginas de um livro. Auri é para mim uma pessoa viva e que respira, com uma mente e um coração tão puros e doces quanto se pode ser. A nós, fãs, resta esperar pelo próximo volume da saga de Kvothe depois deste belo e agradável desvio.   
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Outlander - A Viajante do Tempo

de Diana Gabaldon (Editora Saída de Emergência)

A série Outlander é sucesso de público e vendas há muitos anos, e recentemente ganhou uma nova edição no Brasil pela Editora Saída de Emergência. A publicação vem na onda da série de tevê baseada nos livros. O romance se destaca principalmente por ser uma fusão de gêneros literários muito amados, como a literatura fantástica, e o romance histórico. Como já contei pra vocês antes, quando gosto muito de um livro sempre tenho dificuldade para resenhar ele, principalmente porque Outlander é extenso e muita coisa acontece, e não quero dar muitos detalhes da história pra não estragar.

A Viajante do Tempo, primeiro volume, conta a história de Claire, enfermeira durante a Segunda Guerra Mundial que tenta retomar sua vida após o conflito. Ela e o marido Frank saem de férias pela Escócia, em uma segunda lua de mel, quando um acidente em um círculo de pedras a transporta para o ano de 1743. Falado assim parece que é uma besteira, mas a forma como Diana Gabaldon desenvolve seus personagens e suas cenas torna tudo muito plausível, e além disto, muito real.



Claire então se vê em meio a uma batalha entre os clãs das Terras Altas e os soldados britânicos e força sua mente racional a compreender que não está mais no século em que nasceu. Resgatada pelo clã Mackenzie, ela só pode contar com a ajuda do fugitivo Jamie Fraser, o único disposto a confiar em uma sassenach, uma estrangeira, que pode ser uma espiã para qualquer um dos lados.

Claire encontra Black Jack Randall, um antepassado de seu marido Frank, que tem a mesma aparência que ele, mas um coração negro. Black Jack é uma pessoa cruel e que se leva algum tempo para começar a entender, mas que tem um papel muito importante na narrativa.

Da mesma forma, Claire conhece Jamie Fraser, um sobrinho dos senhores Mackenzie, um foragido da justiça. Mas ele é inocente, e por esta acusação precisa viver longe de suas terras e de sua irmã. Desde o primeiro encontro os dois sentem uma tensão no ar entre eles, e não conseguem impedir a atração que surge, junto com uma amizade, a relação dos dois é muito complementar, e eles simplesmente combinam. Claire e Jamie tem uma história, tão linda, mas tão linda que eu poderia falar sobre eles por horas, mas daí ia estragar tudo com um monte de spoilers hahahaha.

Enquanto tenta aceitar sua situação de viajante do tempo, Claire aprende os costumes da época e as tramas de envolvem o Castelo Leoch, primeiro lugar onde vive em 1743. Fato é que ela não pode revelar sua condição a ninguém, por que ainda não pode confiar nas pessoas que está conhecendo. Na época os ingleses são inimigos dos Clãs, e Claire pode ser uma espiã inglesa tentando descobrir segredos.

Como foi enfermeira, e foi criada por seu tio que era arqueólogo Claire sempre foi acostumada a viver uma vida muito livre, então tem muitas dificuldades para se encaixar no cotidiano de um outro modo de vida. Mas logo na chegada ela já usa suas habilidades para curar algumas pessoas, e é contratada como a "médica" do castelo, ganhando uma sala de atendimento e os equipamentos disponíveis na época. 


Como um misto de fantasia, ficção, aventura e romance a obra promete agradar a vários públicos. A narrativa de Gabaldon é fluida e encantadora, mas extensa, e as 800 páginas assustam no começo. Mas entrar na leitura é viajar para outro mundo ao lado de Claire, e vivenciar uma realidade de valores perdidos, e cada página vale a pena.

Eu me tornei muito fã da história depois de assistir só os trailers da série, e esperei ansiosamente o meu livro chegar. A leitura não foi tão rápida por que é um livro extenso, mas me tornei fã de carteirinha de Outlander. A história tem uma força inacreditável, as suas cenas, os personagens, os fatos históricos entremeados na narrativa, as cenas de romance, o humor, tudo é tão bem amarrado que parece algo real que foi espremido em livro, não tem muito como explicar a qualidade da obra de Gabaldon, só dando uma chance para história e lendo por si.



As descrições da Escócia, dos campos, da chuva e do frio fazem as imagens passarem diante dos olhos do leitor como em uma tela de cinema e é impossível não morrer de vontade de conhecer o país, e assim como Claire vagar pelas Highlands. Não surpreende depois da leitura a atitude dos fãs mais fervorosos que dariam tudo para viver como Claire, e conhecer esta época.  

Eu com certeza recomendo a leitura, e todo fã de qualquer um dos gêneros dentro de Outlander vai se identificar com a história e gostar do que lê. Como adição a esta narrativa maravilhosa, a edição brasileira da SdE está linda demais, estão caprichando muito nas capas e na arte interna dos livros.

A continuação, A Libélula no Âmbar, já foi lançada e eu já estou lendo, então assim que terminar tem resenha por aqui.

Como já comentei, o sucesso dos livros vem compartilhado com a série de tevê. Produzida pelo canal Starz, a série tem o aval e a produção de Diana Gabaldon (o que garante a fidelidade aos livros) e é estrelada por Caitriona Balfe (Claire), Sam Heughan (Jamie) e Tobias Menzies (Frank/ Jack Randall).  Não vou falar muito por que assim que sair a primeira temporada completa (está na mid season) eu faço um post completão de série explicando tudinho pra vocês.
 Confiram o trailer:

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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Bruxos e Bruxas – O Dom

de James Patterson e Ned Rust (Editora Novo Conceito)

No fim do primeiro livro da série, os irmãos Whit e Wisty Allgood sofreram nas mãos da Nova Ordem e conseguiram manter seus poderes, apesar de terem sido capturados e condenados à execução. Eles conseguem escapar deste destino com a ajuda de seus amigos da Resistência, e de sua própria magia. 


Eles tentam seguir em frente com suas vidas apesar da perseguição, e da perda de muitos amigos queridos, e do desaparecimento de seus pais. Os irmãos decidem ir a um concerto de rock promovido pela Resistência, e Wisty conhece um rockeiro que pode lhe trazer muitas alegrias. Ou não.

Os dois são perseguidos novamente pelo O Único Que É O Único, líder da Nova Ordem que consumiu com seus pais. Eles precisam sabe se podem ou não confiar em Byron Swain, o cara de fuinha que já trocou tantas vezes de lado que ninguém sabe onde está a sua verdadeira lealdade. Os irmãos bruxos tem cada vez menos recursos, e menos amigos em quem confiar, e a ajuda de que tanto precisam acaba vindo de lugares inesperados.
 
O segundo livro da série Bruxos e Bruxas tem as mesmas falhas e acertos do primeiro. Os capítulos são narrados por Whit e Wisty, mas a narrativa é muito semelhante, e não dá para reconhecer o estilo de cada um dos irmãos. A história é boa, e criativa, mas algumas partes são um pouquinho enroladas e poderiam acontecer de uma vez. O bom é que os capítulos são curtinhos, o que ajuda a leitura a fluir.

Os irmãos vão mudando ao longo do texto, e já são pessoas bem diferentes do começo, quando eram apenas estudantes de Ensino Médio, sem poderes e sem conhecimento de magia, quando foram arrancados de casa e acusados de bruxaria pelo governo. O livro passa um pouco a impressão de que não se avançou muito na história, coisas aconteceram, mas Whit e Wisty estão mais ou menos da mesma forma que no primeiro livro. No geral, vale a leitura, e deixa a curiosidade para o próximo volume.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Mago Mestre

de Raymond E. Feist (Editora Saída de Emergência)

O livro segue contando a história do povo de Midkemia, em sua guerra contra o povo Tsuranni de outro mundo. A história não segue exatamente de onde Mago Aprendiz largou, muitos anos já passaram desde que o primeiro invasor chegou em Crydee, e os antes inseparáveis Pug e Tomas estão agora há muito tempo separados, sem nem mesmo saber se o outro está vivo.

Pug foi capturado como prisioneiro pelos Tsurannis e enviado ao seu mundo. Após muito trabalho forçado nos pântanos, ele vai trabalhar na casa de uma grande família, onde um dos magos deste povo descobre seu potencial mágico, e oferece a ele a oportunidade de aprender a magia exercida nesta terra. 

Tomas vive junto com elfos e anões, lutando contra soldados Tsurannis que ameaçam a segurança do povo. Ele se tornou um grande e respeitado guerreiro e a visão de sua armadura dourada causa medo e pavor nos inimigos, que já conhecem sua fama. Mas o peso da armadura tem influenciado demais sua vida, as visões do antigo dono tem perturbado sua alma, e o menino de Crydee que sonhava em ser soldado praticamente não existe mais.

Da mesma forma o filho mais velho do Duque Borric, governante de Crydee, príncipe Arutha foi obrigado a se tornar homem quando a invasão começou. Seu pai partiu para as terras do norte e ele ficou como responsável por toda a população de sua terra. Não só governando o país, mas também liderando o exército contra as invasões e protegendo centenas de vidas. Ele precisa se virar em vários para conseguir a ajuda que seu pai pediu, já que os soldados que invadem a fronteira norte são numerosos.

Acho que o autor perdeu um pouco do ritmo tão contagiante em Mago Aprendiz, primeiro livro da série. O livro ainda tem a mesma qualidade absurda, e uma narrativa muito atraente, mas alguns acontecimentos levam tempo demais para acontecer, e como são muitos personagens, parece que tudo leva uma eternidade para acontecer neste romance.

Ainda estou apaixonada pela saga, e muito ansiosa pela continuação Espinho de Prata, já que não posso fica sem imaginar o que vai acontecer com Midkemia e com os personagens que já mudaram tanto desde o início da narrativa. Mas este livro demorou muito para acontecer para mim, não vá ser assim com todo mundo.

Raymond E. Feist com certeza carrega com si o poder de escrever fantasia épica, comparável somente ao pai do estilo J.R.R. Tolkien, inigualável neste quesito. Sua escrita é cheia de poesia, ao mesmo tempo em que é acessível, e consegue encantar o leitor, passando a emoção que o personagem sente. As descrições de ambiente são de tirar o fôlego em ambos volumes da saga.

Eu recomendo para quem gosta muito de livros de fantasia épica/medieval, quem curte histórias com personagens múltiplos além de muita aventura. Para quem começou a série é leitura obrigatória, já que os eventos passam a fazer sentido e muita coisa é explicado somente em Mago Mestre.  

 



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