Klaus

de Felipe Nunes (Editora Balão Editorial)

Um adolescente cansado da hipocrisia do mundo, se rebelando contra a instituição escolar, que não aguenta mais sofrer bullying, e que sobretudo não consegue reconhecer seus pais como a família amorosa que ele deveria ter. Klaus, de Felipe Nunes (Balão Editorial) é um menino estranho, que não consegue se identificar no meio de tanta gente diferente dele.

Uma obra que espelha as angústias desta geração que cresceu na frente da tevê e do computador, que vive na ansiedade, e quer tudo para ontem. A obra é marcada por um traço muito característico e sazonado, desenhos surpreendentes em preto e branco moldam o trabalho de um artista que tem apenas 20 anos. 

Tive a sorte de encontrar com o Felipe Nunes na Artist's Alley da Comic Con Experience, e já tinha lido resenhas ótimas do Klaus fui comprar um com ele. O rapaz é uma simpatia, conversei um pouco com ele e ainda consegui meu exemplar autografado! Pena que não comprei o Dodô também, que é a outra HQ dele, me arrependi muito. Se for tão boa quanto Klaus com certeza vale a leitura.

Olha o autógrafo, que amor!

A história de Klaus é um pouco como a de todos nós, que queremos saber quem somos, a pergunta eterna feita por seres em eterna mutação, e que definições simplórias não podem esclarecer. O adolescente na primeira graphic novel de Nunes busca suas origens, e acaba descobrindo muitos segredos sobre o local onde vive, e principalmente sobre seus pais. O menino do livro reflete um pouco do menino que desenha e escrever, ambos jovens demais.

Com 112 páginas, Klaus é feito para uma leitura rápida, que oferece mistério, drama e uma dose interessante de comédia, apesar de todos os questionamentos sérios. Uma obra muito doce, que mostra a angústia da adolescência de uma maneira totalmente única. No fim da leitura é impossível não se imaginar encontrando esse menino, e dando um abraço bem apertado.