terça-feira, 31 de maio de 2016

Soldado Invernal - Marcha da Amargura


de Rick Remender, Chris Chuckry e Roland Boschi (Marvel/ Panini Comics)


Na história os agentes da SHIELD Nick Fury e Ran Shen estão em uma viagem para cumprir a missão de resgatar um casal de cientistas. Mila e Peter Hitzig são os responsáveis pela Fórmula Alquimia, um poderoso projeto científico com potencial de mudar os rumos da Guerra Fria. No caminho os dois vão ter enfrentar a Hidra, organização secreta que descende do nazismo e está interessada na fórmula pra cumprir seu plano de dominação mundial.


Também tentando impedir os agentes, aparecerá um dos melhores personagens da Marvel, e pessoalmente, um dos meus favoritos: O Soldado Invernal. O super-soldado é um assassino e espião da URSS com um braço de metal. Mas antes de sofrer uma lavagem cerebral e o super soro, ele costumava ser James Buchanan Barnes, ou Bucky, o melhor amigo e parceiro de Steve Rogers, o Capitão América. Por si, a trajetória de Bucky dentro do universo Marvel já daria um texto inteiro, já que tem muitas reviravoltas interessantes.


Além disso, o personagem se tornou conhecido do grande público com o lançamento do filme Capitão América: O Soldado Invernal, que revelou o triste destino do personagem que se acreditava ter morrido durante a Segunda Guerra Mundial.


Em A Marcha da Amargura encontramos um mundo de filmes de espionagem, que dá mais espaço para os agentes e suas habilidades do que para os super poderes, como na maioria das publicações da casa. O ambiente é hostil, cheio de neve e gelo, com cidades pequenas e trens em movimento, fazendo a receita perfeita para um filme de James Bond, e esse é o clima que a narrativa transmite.

O legal é que a HQ é estrelada por Ran Shen, mas o personagem tem tão pouco carisma que até o vilão, Soldado Invernal é mais interessante que ele, o que quase te faz torcer para que o cara do mal vença. Me irritei com algumas atitudes de alguns personagens e alguns desenvolvimentos meio machistas junto à personagem da Mila, mas em geral isso não fez eu não gostar do todo.


De toda forma, a HQ tem uma história sensacional, colocando os agentes e super-heróis dentro do contexto histórico da Guerra Fria, um conflito político e tendo entre os Estados Unidos e a União Soviética. Quando colocada neste mundo, a narrativa se encaixou perfeitamente, e achei isso simplesmente genial.

Quanto ao traço, achei de muita qualidade, dá pra ver que os autores são muito competentes e experientes no que fazem, já que a obra demonstra a firmeza e confiança que quem sabe o que faz, mas uma certa acomodação. As cores são lindas, e os flashbacks são maravilhosos. São memórias de Bucky antes de se tornar Soldado Invernal, que são mostradas de uma forma maravilhosa.


Gostei bastante da HQ, as 108 páginas são de leitura bem rápida e a história tem bastante ação. Achei que na edição brasileira a capa poderia ser feita de um material um pouquinho mais resistente (nas fotos dá pra ver que a lombada já está bem amassada, e eu sou cuidadosa), mas em geral a impressão está muito boa. O preço é razoável para quadrinhos comprados em banca, mas R$19,90 bate uma tristezinha para pagar, acho que poderia ser mais barato. A história é em cinco partes, e vendida no volume único. Adoro ler HQs assim, você pega o todo da história com começo, meio e fim, nada de ter que ficar caçando as edições que faltaram.

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