A Estrada

de Cormac McCarthy (Editora Alfaguara)

Em A Estrada, num futuro distópico não muito distante, tempestades de fogo destroem o planeta como o conhecemos, levando com ele a sociedade da maneira como ela existe hoje. Neste contexto, onde não existem mais animais, e a grande maioria das plantas está morta e seca, os poucos sobreviventes humanos vivem vagando em busca de alimento. Um pai e seu filho de sete anos seguem a estrada que leva até o sul, no lugar onde antes existiam os Estados Unidos. A única comida que encontram são enlatados que restaram, em casas abandonadas.

O pai tenta com tudo que pode proteger a vida de seu filho, que significa tudo para ele, e que o lembra da sua mulher, e de uma época melhor antes de toda esta tragédia. Eles precisam tomar muito cuidado o tempo todo, pois saqueadores, assassinos e canibais(!) também vão pela estrada. As únicas coisa que os dois possuem é um carrinho de supermercado com muito pouca comida e algumas coisas, suas roupas do corpo e um revólver, com poucas bala, sem nenhuma munição extra.

Eles seguem seu caminho pela estrada para chegar ao sul, onde o inverno não será tão rigoroso, já que o sol não brilha por causa de uma camada de cinza que paira constantemente junto a atmosfera. Cada dia é um novo desafio, e a sorte ou não de encontrar alimento.

A Estrada é um livro muito mais sobre a psicologia humana e o instinto do que qualquer outra coisa. Os sentimentos do pai, pela sua mulher, e para proteger o filho. O sentimento de medo constante do menino, nascido já neste mundo aterrorizante. O sentimento de sobrevivência acima dos outros da maioria das outras pessoas.

Sempre ouvi falar como os livros do Cormac McCarthy são fortes, intensos e agora concordo. Seu modo de escrever não é convencional, nem linear. Mas sua história é poderosa, e te faz parar para pensar em como é um mundo em que não existem regras, nem sociedade. Onde somos apenas humanos. Ótimo livro.