quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O Grande Gatsby

de F. Scott Fitzgerald (Editora Abril)

Um dos livros mais famosos e mais lidos de todos os tempos, favorito de muita gente, O Grande Gatsby conta a história de Nick Carraway, jovem rico e aspirante a escritor do centro dos Estados Unidos, que na década de 20 vai morar  sozinho em Long Island e fica surpreso com a movimentação de sua vizinhança. O narrador da história descobre que as festas constantes são obra de seu vizinho Jay Gatsby, um jovem milionário que adora dar reuniões suntuosas a que comparecem pessoas que vem da região e de toda Nova York. Quem é convidado ou não, não faz diferença, todos aparecem para estas festas épicas da mesma maneira, e toda a sociedade da cidade só fala destes encontros.

Nick é um jovem tímido, e por sua natureza introspectiva e observadora, acaba sendo visto por todos ao seu redor como alguém confiável. Desta forma ele sempre se vê no meio de segredos de outras pessoas que precisa guardar. Como o  de que seu amigo Tom Buchanan é amante de uma mulher casada da cidade, e que a mulher de Tom, sua prima Daisy, teve um passado com Gatsby que terminou de maneira abrupta. 


O jovem é varrido para esse mundo de intrigas e mistérios, onde nem todos são quem parecem. Após receber seu primeiro convite para uma das festas de Gatsby, ele é surpreendido pela opulência da casa e da fortuna de seu vizinho, que tem uma vida e um passado que ninguém conhece com certeza. Nos corredores de sua própria casa, os sussurros falam sobre um passado militar, uma herança de família do meio oeste, além de um assassinato cometido. Mas o que é real de tudo isso, e a origem da fortuna de Jay, Nick ainda deverá descobrir.

Gatsby é um personagem muito complexo, ele é de muitas maneiras apaixonante, e obstinado. Mas também existe uma característica sombria que paira sobre os mistérios de sua vida que não deixam o leitor satisfeito enquanto não chega o fim da leitura, por momentos ele é pedante e fastidioso, mas é um excelente personagem título.

Desta maneira, a dualidade entre o humilde Nick e o grandioso Gatsby mostra a singular amizade que se forma entre estes dois personagens que parecem ter tão pouco em comum, mas que compartilham a consciência de viver em uma sociedade que preza o luxo, a riqueza e a diversão acima de tudo.


O livro evoca toda a riqueza, luxo e ostentação da década de 1920, as festas regadas a champagne e a vida que era aproveitada a cada momento, depois de todos os sofrimentos vistos e vividos durante a Primeira Guerra Mundial. Esse sentimento impera em todos os momentos da narrativa, a de que é importante aproveitar o momento, por que ele vai se perder e o arrependimento será doloroso.

A narrativa de Fitzgerald começa um pouco devagar, se leva alguns momentos para capturar a essência da história e daí perceber aonde ele leva o leitor. Existem muitas camadas sobre este livro que somente uma segunda e uma terceira leitura vão revelar. Apesar de não ser extenso, tem em média 200 páginas dependendo da edição, há muito a ser compreendido. Eu vejo muita simbologia e significação em cenas e atitudes, e espero no futuro reencontrar estes personagens com mais experiência de vida e novos olhos, para ter uma narrativa nova diante de meus olhos.

Sobre a edição, a minha foi comprada em sebo, e custou bem baratinho. Apesar de estar conservada, é uma edição antiga e que tem alguns problemas de tradução, então se fosse sugerir, diria para quem deseja adquirir um exemplar que compre uma das edições mais recentes, como a da L&PM, Penguin - Companhia das Letras, Leya ou Tordesilhas. Não conheço essas traduções, mas suponho que por serem recentes devem ser melhores do que a do meu livro que é velhinho.

O livro foi transformado em filme cinco vezes (!), mas as adaptações mais famosas são a de 1974 com Robert Redford e Mia Farrow e a mais recente, de 2013, dirigida por Baz Luhrman (de Moulin Rouge e Austrália). No longa mais novo, Gatsby é vivido por Leonardo DiCaprio, Daisy por Carey Mulligan e Nick é interpretado por Tobey Maguire. 

Consegui terminar a leitura antes de assistir qualquer versão para o cinema e fico feliz que tenha esperado. Sou uma grande fã do estilo visual marcante e poderoso de Baz Luhrman e estava curiosa para conferir as atuações. Acho que a narrativa do filme no geral foi bem fiel ao livro, divergindo apenas em alguns momentos que são menos significativos. Gostei de ver momentos marcantes como a luz verde vista do outro lado da baía que é tão falada no romance. (Deixa pra quem leu, quando você ler, você entenderá).

Apesar de ser uma história tão conhecida e tão explorado, consegui ser surpreendida pela força de O Grande Gatsby. Um livro rico de tantas maneiras que as barreiras de uma resenha não seriam suficientes para descrever. Acho que somente a leitura dedicada pode mostrar com clareza o que é a experiência de entrar em contato com esta história clássica e que marcou gerações.

Confira o trailer do filme:

0 comentários:

Postar um comentário

Conteúdo Relacionado

© 2011 Uma Leitora, AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena