Até 2017, o best-seller "Pilares da Terra", do britânico Ken Follet, será adaptado para um videogame. A ideia partiu da produtora de games Daedalic Entertainment, joint venture da editora de Follet na Alemanha, a Bastei Lübbe. O jogo está sendo produzido em dez línguas, inclusive o português.
"No início, perguntei: 'Como?' Depois, fiquei fascinado", disse Follet na quinta (15), em um evento sobre literatura interativa na Feira do Livro de Frankfurt. Para ele, os objetivos de livros e games são os mesmos: fazer o leitor ou o jogador mergulhar em um mundo imaginário.
No caso do drama histórico "Pilares da Terra", publicado no país pela Rocco, esse mundo é a pequena cidade fictícia de Kingsbridge, no século 12. Lançada originalmente em 1989, a obra vendeu 25 milhões de cópias em todo o mundo e foi traduzida em mais de 30 línguas.
Para o autor, a adaptação também é uma forma de atrair o público jovem para o seu livro. A equipe reunida para verter o romance é composta de mais de cem pessoas. O lançamento deve ter três milhões de cópias.
Segundo disse à Folha o produtor Carsten Fichtelmann, o game será voltado para jovens entre 12 e 16 anos. Os protagonistas são os mesmos do romance, e a trama, que gira em torno da construção de uma catedral, é bem fiel. Mas, como todo game, o jogador terá algum poder de decisão.
OUTRAS MÍDIAS "Pilares da Terra" já foi adaptado para uma minissérie (2010), assim como para jogos de cartas e de tabuleiro. Follet nega, no entanto, que as novas possibilidades digitais possam influenciar sua forma de escrever.
Mas o autor afirma que os escritores competem com outras mídias. "Elas nos fazem escrever de forma ainda mais afiada." Segundo Follet, ele vai esperar a recepção do novo game antes de pensar em adaptar outro livro.
Em um outro evento, organizado pelo Business Club da Feira, o britânico Andrew Franklin, chefe da editora Profile Books, afirmou que um dos grandes desafios do mercado editorial é pensar em como captar o público jovem. "Precisamos ficar atentos para mudanças futuras no hábito de ler."
Segundo ele, a mudança vale tanto para os grandes grupos quanto para as editoras independentes. O debate do qual Franklin participou era sobre problemas e desafios de editoras independentes -também foi convidado para a discussão o brasileiro Marcos Pereira, sócio da Sextante e presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).
Para Pereira, apesar das dificuldades da economia brasileira, "é ainda possível ser independente". Ele acrescentou que não temeria a entrada de novos grupos estrangeiros no Brasil e avisou: "Não estamos à venda".
O editor também defendeu a adoção do preço fixo do livro no Brasil. Hoje, o projeto de lei 49/2015, que regula os descontos dados pelas livrarias, tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.
Confira o trailer da série:
Fonte: Folha de S. Paulo
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