sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A importância do amor próprio


Muitas vezes a sociedade impõe padrões que nem sempre são alcançáveis. Pode ser um corpo escultural, ou então conseguir lidar com emprego, família e vida social, tudo de uma vez, sem um deslize. Nisso, também percebe-se a questão do machismo enraizado tão profundamente na população, que nem sempre é identificável de primeira.

Pequenos comentários como “Você fica melhor sem maquiagem!” ou “Que linda! Parece uma princesa!” podem parecer inofensivos, mas alimentam um comportamento de vaidade e objetificação da mulher para sempre estar bonita (mesmo que ‘naturalmente’), apresentável, e aguentar (comportadamente) os procedimentos e rituais para se conseguir tal feito. Além disso, se coloca que o único valor feminino, é a aparência.

Ainda, outros pensamentos como “Vestida desse jeito...você estava pedindo” ou “Se não quer que eu olhe, por que se veste desse jeito?” são ainda mais perigosos. Insinuam que a culpa pelas ações de terceiros é da vítima, e mostram que o respeito ao corpo do outro é nulo.

Em situações assim, no qual a enraização do pensamento é tão profunda, é importante quebrar o estigma logo cedo. O feminismo e empoderamento feminino não são apenas para trazer igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas também acabar com pensamentos como esses, que estão em diversas famílias e na criação das crianças, nos pensamentos não apenas de homens, mas de mulheres também.

Por isso, o incentivo de que não existe um padrão a se seguir é importante. Além de que o que você decidir para a sua vida, será o correto. O seu corpo, as suas regras. Quando envolve uma outra pessoa, sempre haverá o diálogo. E também sempre deve haver o respeito e a empatia. A questão do amor próprio, sem a necessidade de reafirmação com o próximo, é importante nesse sentido. Respeitar as suas vontades, as suas decisões, e não “dar o braço a torcer” pois outra pessoa não gostou.

No livro da psicóloga e escritora Beatriz Cortes, a personagem principal reforça a mensagem de respeito e amor próprio. No lugar de fala de pessoas que querem esperar o matrimônio para, então, iniciar as relações sexuais, a personagem Alice deixa o abusivo e traidor ex-namorado, para respeitar a decisão que tomou. E aprende que apenas terá como parceiros, pessoas que respeitem e entendam que o corpo é dela, e ela escolhe quando e com quem quer ter a sua primeira vez.

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