segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Liga Extraordinária

de Alan Moore e Kevin O'Neil (Editora Panini Comics)

A Liga Extradorinária já me causou boa impressão desde o começo, primeiro por ser escrita por Alan Moore, sujeito que respeito muito pelos maravilhosos HQ's, e segundo porque (eu achava) que conhecia a historia por causa do filme homônimo, lançado em 2003. 
A história se passa em Londres em 1898, quando a era vitoriana está chegando ao fim, e o século XX se aproxima, a tecnologia está nascendo, e o mundo analógico tem suas décadas contadas.  Neste contexto de choque entre um mundo antigo e um mundo que está se tornando moderno, o governo britânico forma uma sociedade de cavalheiros (e dama) com poderes extraordinários, entre eles os lendários  Allan Quatermain, Capitão Nemo, Hawley Griffin, Dr. Henry Jekyll, Sr. Edward Hyde e a Srta. Mina Murray, que juntos formam a Liga Extraordinária. Eles não conhecem a identidade de seu empregador apenas seguem o comando nas missões exigidas. Cada um tem uma qualidade única e excepcional, uma espécie de poder ou talento, o motivo pelo qual foram chamados para integrar a liga.
A primeira parte da HQ mostra o "recrutamento" dos heróis, através de Mina, que procura cada um deles, em lugares variados. Allan é um viciado em ópio no Egito, Hyde um assasino em Paris, Hawley está dado como morto. Após se juntarem em Londres eles tentam salvar o Império Britânico.
Uma coisa muito interessante sobre os personagens desta HQ é que os membros da Liga foram todos "roubados" de outros livros. Allan Quatermain é o herói de As Minas do Rei Salomão, romance de 1885 de Henry Rider Haggard. Mina Murray é a moçinha de Drácula de Bram Stoker, de 1897. Henry Jekyll e Edward Hyde são personalidades coexistentes no protagonista de O Médico e o Monstro, livro de 1886 de Robert Louis Stevenson. Hawley Griffin é o Homem Invisível de H.G. Wells, publicado em 1897. E o Capitão Nemo é o enigmático personagem de Vinte Mil Léguas Submarinas de Júlio Verne, 1870. Incrível o número de referências que é preciso acompanhar. 
No filme ainda aparecem Dorian Gray (personagem O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde), e um crescido Tom Sawyer (de As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain) que só foi colocado no filme a mando dos produtores para que o público americano tivesse uma identificação, já que todos os outros personagens são de narrativas britânicas. No geral o filme é muito bom, mas da HQ levou apenas a ideia principal, a formação da liga a defesa do império, mas não passa disso.
Acho que a sacada foi genial: unir personagens clássicos e amados pelo público em uma nova aventura, e possível já que todos eles são mais ou menos da mesma época.  O texto de Alan Moore, mais uma vez incrível.

Confira o trailer do filme:


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