sábado, 31 de janeiro de 2015

Para Onde Ela Foi


de Gayle Forman (Editora Novo Conceito)

Em Se Eu Ficar (resenha aqui), Mia sofreu um grave acidente de carro, onde seus pais e seu irmão Teddy faleceram e ela ficou muito ferida, entre a vida e a morte. Seu namorado Adam esteve ao seu lado durante o difícil período em que o corpo na UTI busca forças para seguir vivo. Os dois que foram ligados pela música, Adam um guitarrista de uma banda em ascensão, e Mia uma violoncelista a caminho da escola de música Juiliard.

Em Para Onde Ela Foi, alguns anos se passaram e Adam Wilde é um roqueiro famoso, e namora uma estrela de cinema, seu último álbum ficou em primeiro lugar nas paradas e ganhou inúmeros prêmios. Ele lida com a fama com dificuldade, os paparazzi e os fãs o perseguem em todos os lugares e suas ações são sempre acompanhadas de perto para ir parar nos tabloides e revistas de fofoca.


Mia Hall é uma violoncelista prodígio, recém saída da prestigiada escola de música em Nova York, ela inicia uma carreira brilhante, onde fará concertos pelo mundo todo e seu passado doloroso não é lembrado. Os dois não estão juntos, mas o que pode ter acontecido com o amor que sentiam um pelo outro para terem tomado caminhos tão diferentes na vida?

Como o primeiro livro é narrado em primeira pessoa por Mia, este segundo é contado por Adam, então temos apenas o seu ponto de vista, e seus flashbacks, que contam histórias dele com a família Hall, com Mia no Hospital e após sua saída da UTI, além de sua jornada com a banda até o estrelato.



Adam está em Nova York vagando, enquanto lembra de tudo isto e tenta colocar sua vida em foco pela primeira vez em muito tempo, há muita coisa errada que ele queria corrigir. Ele vai assistir um concerto de Mia, e tenta ficar escondido, mas ela pede que o levem ao camarim, nenhum dos dois pode resistir à vontade de se ver novamente após tanto tempo, e este momento pode marcar uma mudança na vida dos dois de novo.

Gostei muito de Se Eu Ficar, mas gostei muito mais de Para Onde Ela Foi. Seja pelo clima que é menos pesado, e não tão opressivo com a perspectiva da morte. Ou pela narração de Adam, que é um desajustado tentando encontrar seu lugar, sem nunca ter esquecido seu primeiro amor. Fato é que a narrativa se desenvolve com muita facilidade.



O estilo de Gayle Forman é muito consistente em ambos os livros, e muda pouca coisa para representar Mia e Adam, que são personagens maravilhosos. Talvez a autora poderia ter unido os dois livros em um único volume, tendo em vista que eles não são extensos, mas as histórias tem esta separação que permite a divisão.

Gosto muito de como a música está sempre presente na história, e de que maneiras sutis a autora liga os personagens um ao outro. A redenção do relacionamento é o momento mais esperado, assim como a curiosidade pelo que aconteceu aos dois quando terminaram o namoro. E todas as questões são respondidas, neste livro que é quase impossível de ler sem chorar, ou pelo menos sem se emocionar com a crueldade e beleza da vida, e como estas qualidades apesar de distintas conseguem coexistir.

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