Mostrar ao leitor o “bicho” que cada ser humano carrega dentro de si. Essa é a intenção do escritor Anchieta Mendes com o seu novo livro “Bicho Metropolitano”. A obra traz para literatura o cotidiano das pessoas mostrando o lado animal do ser humano de uma forma coloquial, de ângulos irônicos e, ao mesmo tempo, cômicos.
Ao todo, a obra reúne quatorze contos com narrativas simples. Segundo o autor, uma boa história não precisa ser apresentada por meio de vários caminhos tortuosos. “Por exemplo, o simples caminhar mostra como as pernas e os braços fazem parte do equilíbrio, e a cabeça focada no alvo, ou seja, a história”, comenta.
O conto que empresta o nome ao livro fala sobre um rapaz que há 18 anos hibernou e nunca mais saiu de casa com medo da vida e dos outros. A sua vida se resume ao quarto na companhia de duas tias, uma cega e outra surda e muda. Ele surpreende a todos quando resolve namorar sem sair de casa.
Entre os outros, o leitor encontrará histórias como “Uma visão”, que apresenta as vidas de três irmãs que têm como único elo um gato. De maneira cômica e ao mesmo tempo trágica, o “Velório doutro mundo” traz uma enfermeira que trabalha para uma funerária e precisa resgatar o corpo de um dos pacientes morto que foi levado pelas águas da chuva durante um dilúvio angustiante.
O “Amor em três dimensões” mostra a vida solitária de uma mãe/avó que recebe a visita do filho e da neta num quarto entregue à velhice. Já em “O zumbi”, a narrativa reflete como as aparências enganam, principalmente diante de um crime coletivo sem medidas.
Anchieta comenta que a intenção da obra era retratar a realidade do homem de maneira cômica e também irônica. “Quis revelar um pouco do que vivemos: os encontros e desencontros da vida, as mentiras, os erros que cometemos, os pecados aflorados e os medos do mundo”, finaliza.
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