Os números são assustadores e não deixam dúvida: o Brasil ocupa uma das primeiras posições no ranking de torcedores mortos em confrontos antes ou após partidas de futebol, ficando inclusive na frente de países como Argentina e Itália. Por conta dessa realidade, muitos torcedores deixaram de frequentar os jogos com a família. Como tentar resolver essa situação? Como a violência nos estádios está relacionada com a violência no país?
Para o sociólogo Mauricio Murad, um dos maiores especialistas no tema violência e futebol, o aumento do número de mortes de torcedores antes, durante e depois das partidas de futebol está diretamente ligado ao envolvimento de grupos integrantes das torcidas com o crime organizado, ao acesso a drogas e armas, à internet e à tecnologia em geral. Jovens sem perspectiva se unem a tribos que supostamente lhes dão identidade, valor e um sentido que a sociedade parece negar a eles. Enquanto as instituições sociais de modo geral excluem a maioria dos jovens, o futebol e suas torcidas (não as suas instituições) incluem.
No livro A violência no futebol (Benvirá, R$ 34,90), Murad apresenta um panorama atualizado do futebol no Brasil e do comportamento das torcidas – organizadas ou não. Tomando como exemplo casos de sucesso em outros países, aponta caminhos que podem ajudar a pacificar o esporte e a própria sociedade, a partir do trinômio repressão-prevenção-educação.
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