Toda vez que chovia, a garotada fazia a festa no quintal da vila onde Bela morava. Ela e os amigos adoravam brincar com a água que caia do céu. Principalmente por um detalhe mágico: com a água da chuva, o cabelo dela começava a brilhar! “Toda vez que um amigo a alcançava, ela passava as mãos nos cabelos e dividia seu brilho. E rapidamente voltava a brilhar e a correr dos amigos. Quando nenhum deles conseguia pegá-la, Bela balançava a cabeça respingando brilho em todos”, diz um trecho de Que cabelo é esse, Bela?, escrito por Simone Mota, com ilustrações de Roberta Nunes, um lançamento da Editora do Brasil.
Mas nem todos se encantavam com o poder de brilho do cabelo da garota. Alguns faziam bullying com a menina, implicavam com aquela cabeleira e gritavam “Corta essa juba!”, “Alisa!”. E Bela começou a se incomodar, ficou triste e preferiu não ter mais tanto brilho. Por que não podia ser quem era? Seria melhor não ter mais aquele poder nos cabelos?
Sua mãe lhe explica então a origem daquele brilho, que remontava à tataravó de Bela, uma mulher escravizada. E agora ela tem a escolha de renunciar ou não a esse poder. O que fazer?
Com essa narrativa singela, a escritora Simone Mota aborda um tema superatual: a importância de quebrar preconceitos e padrões de beleza impostos. E mais, a importância de descobrir e valorizar o poder da ancestralidade e afirmar-se enquanto indivíduo consciente.
Indicado para crianças a partir dos 9 anos, o livro faz parte da coleção Mil e uma histórias, que reúne autores renomados, ilustrações encantadoras e narrativas cativantes. As obras dessa série refletem a cultura popular e a infância, mostrando a realidade de um jeito diferente levando o pequeno leitor a pensar sobre suas atitudes e o mundo que o cerca.
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