A jovem Pip Tyler não sabe quem é. Ela sabe que seu nome verdadeiro é Purity, que está atolada em dívidas, que está dividindo um apartamento com anarquistas e que a sua relação com a mãe vai de mal a pior. Coisas que ela não sabe: quem é seu pai, por que a mãe a força a uma vida reclusa, por que tem um nome inventado e como ela vai fazer para levar uma vida normal. Um breve encontro com um ativista alemão leva Pip à América do Sul para um estágio numa organização que contrabandeia segredos do mundo inteiro - inclusive sobre sua misteriosa origem. Pureza é uma história sobre idealismo juvenil, lealdade e assassinato. O mais ousado e profundo trabalho de um dos grandes romancistas de nosso tempo.
'“Oi, minha querida, estou tão feliz de ouvir sua voz”, a mãe da garota disse ao telefone. “Meu corpo está me traindo outra vez. Às vezes acho que a vida não passa de um longo processo de traição do corpo.” “A vida de todo mundo não é assim mesmo?”, disse a garota, que se chamava Pip. Ela se habituara a telefonar para a mãe no meio do dia, aproveitando a hora do almoço na Renewable Solutions. Ajudava a aliviar seu sentimento de que não era a pessoa certa para aquele emprego, que tinha um emprego que não era apropriado para ninguém ou que não havia nenhum emprego adequado para ela; então, depois de vinte minutos, podia sinceramente dizer que precisava voltar ao trabalho. “Minha pálpebra esquerda está caindo”, sua mãe explicou. “É como se tivesse um peso nela, puxando para baixo, como a chumbada de um anzolzinho, coisa assim.”'
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