Este não é um livro qualquer. Sem gentileza foi escrito por Futhi Ntshingila. Ela é sul-africana. Ela é Zulu.
Embora tão rica em particularidades — e aqui contada com as tintas únicas de uma cultura que não é a nossa, a partir de um imaginário tão diferente e de um jeito tão próprio –, histórias muito semelhantes a esta brotam por todos os cantos do mundo. São histórias de mulheres a quem não foi dada outra opção a não ser resistir e tentar, como der, preservar a própria integridade.
Mulheres que precisam ser fortes — apenas porque são mulheres.
A jornada que levou à publicação deste livro começou, na verdade, com a editora Modjaji Books, da Cidade do Cabo, e sua incrível publisher militante Colleen Higgs. A editora, batizada em homenagem à deusa da chuva, existe para dar espaço às mulheres sul-africanas, cujas vozes vibrantes permaneciam relegadas à margem e à sombra desde sempre.
A edição brasileira em português de Sem gentileza é a primeira em uma língua estrangeira. A própria autora agora se dedica a traduzi-lo para o isiZulu. Que este livro encontre muitos leitores e leitoras no Brasil, e que isto permita que a editora continue trazendo muitas outras histórias que ajudem a dar voz a quem não tem.
A autora – Futhi Ntshingila nasceu em Pietermaritzburg, em 1974, e vive em Pretória. Publicou dois romances: Shameless (2008), e Sem gentileza (2014). Sua literatura é dedicada à preservação da memória de mulheres cujas trajetórias foram historicamente ignoradas. Jornalista de formação, mestra em Resolução de Conflitos, ela busca colocar em prática as suas ideias no escritório da presidência de seu país, a África do Sul.
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