quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os Reis

de Júlio Cortázar (Editora Civilização Brasileira)


Em Os Reis, Cortázar recria o mito grego do Minotauro. A história é diferente da que conhecemos do monstro trancafiado no labirinto recebendo sacrifícios humanos de jovens pelo rei Minos. O jovem ateniense Teseu, herói e matador de montros se oferece para acabar com a vida da criatura infame para que seus compatriotas sejam poupados de tal destino. Certo de que matará a besta metade humana e metade touro, o único problema para Teseu será voltar até a saída, sem se perder para sempre no labirinto. Seu dilema é resolvido por um novelo de lã, que uma vez amarrado à entrada do labirinto, permitirá que ele volte ao ponto de partida quando tiver cumprido seu desígnio.
Mas na história que Cortázar nos mostra, todos os personagens são muito mais complexos. Nos envolvemos nas conversas de Ariadne, com o Rei Minos, e deste com Teseu. Sem esperar porém que a temível criatura chamada Minotauro seja um rapaz na verdade dócil e inteligente, escondido e preso sob a sua maldição.
Achei o diálogo impressionante, ávido e muito inteligente. As referências são variadas e não muito claras, mas estão lá. Júlio Cortázar é um dos gênios da língua espanhola.

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