Antigamente, estudiosos acreditavam que a histeria era uma condição
neurótica causada exclusivamente em mulheres. Por apresentar sintomas
físicos não explicados, os médicos acreditavam ser fingimento.
Felizmente, Sigmund Freud não pensava dessa forma, estudou e escreveu
uma das suas maiores obras, Cinco Lições de Psicanálise, publicado
recentemente pela Editora Edipro.
Como a preocupação de Freud ia além da erradicação temporária dos
sintomas, ele começou a questionar as mulheres sobre os motivos de seus
problemas enquanto entravam em estado de hipnose. A partir de então,
surge a teoria de que para produzir histeria, algum afeto precisaria ser
separado em uma situação denominada como trauma. No entanto, se ambos
estão na mesma consciência, como podem se separar?
Para isso, o neurologista responderia que o trauma (ruptura) dividiu a
consciência em duas partes, uma delas, teria o afeto e a outra a
representação. Separados, ambos causariam o sintoma histérico, já que, o
afeto seria fonte de energia para o sintoma. Sob hipnose, a histérica
se lembraria daquela estima e revivia para uni-lo à representação.
Assim, era necessário esgotar todas as cenas traumáticas para que o
sintoma desaparecesse.
Nem sempre isto era possível, já que, nem todas conseguiam ser
hipnotizados e nem sempre permaneciam no tratamento. Mas, de uma forma
didática, Freud exemplifica o que deixa a teoria mais clara. Uma
paciente não conseguia beber água havia semanas, sob hipnose, se lembrou
de um cachorro que viu beber água no copo e teve nojo. O afeto
envolvido na cena fora levado para a segunda consciência. Quando o nojo
pôde ser revivido junto à cena, a paciente conseguiu beber a água.
É importante notar que o trauma, por ter dividido a consciência, fez
com que parte do acontecido seja esquecido. E que esta parte esquecida
consegue ser acessada, nesta parte da teoria freudiana, pela hipnose.
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