Um ano após ser escrita e publicada às custas do autor, a obra vendeu apenas 114 exemplares e fez Friedrich Nietzsche acreditar que não queriam que ele escrevesse. Depois de cem anos, Além do Bem e do Mal tornou-se uma das maiores obras da filosofia ocidental. E, neste mês, ganha uma versão pela Editora Edipro, que cuidadosamente escolheu o tradutor Saulo Kreiger, pesquisador e membro do GEN – grupo de estudos dedicado à obra do filósofo.
Rejeitada por várias vezes seguidas por muitos editores, a obra do filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX, inaugura uma nova fase na produção de Nietzsche, pela qual ela se tornaria mais conhecido: uma filosofia de negação e de destruição.
Considerado pelo próprio autor um de seus principais escritos, este livro, dividido em nove partes, aborda desde a influência do popular sobre o erudito até a crítica ao nacionalismo e ao antissemitismo crescente na Europa.
Deus está morto? O instinto será condenado? Afasta-se de ti mesmo? Você é senhor ou escravo? A civilização está baseada no medo? Estes são alguns dos questionamentos trazidos pelo filósofo.
Já em sua primeira seção, intitulada “Dos preconceitos dos filósofos”, Nietzsche deixa evidente o tom niilista destrutivo que iria dominar a sua obra a partir de então. O autor passa a defender o desprendimento da filosofia de preconceitos morais e um engajamento maior do filósofo, que deveria se posicionar a respeito do mundo que o cerca.
Esta obra é uma importante reflexão sobre a lógica da humanidade que persegue a razão, seja cartesiana, seja aristotélica. Nietzsche questiona a necessidade de superação dessa lógica e, enfim, a necessidade de ir Além do Bem e do Mal.
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