10. A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne
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Lançado em 1873, o clássico de Júlio Verne atravessou gerações e até
hoje é considerado um marco da literatura. O livro conta a história de
um homem rico, solitário e regrado, que abre mão do conforto e leva
adiante uma aposta nada modesta: dar a volta ao mundo em 80 dias. Esse
desprendimento é o que chama a atenção de adolescentes há décadas e
coloca a obra entre os livros favoritos e indispensáveis que devem ser
lidos antes dos 30 anos. O trabalho de Verne também foi adaptado para o
cinema. As duas versões mais populares são as de 1956 e 2004.
9. Medo e Delírio em Las Vegas, de Hunter S. Thompson
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Um dos responsáveis pela popularização do gênero jornalismo gonzo,
Hunter S. Thompson está na lista de autores considerados ícones da
literatura jovem. Sempre associado à tríade sexo, drogas e
rock’n'roll, o jornalista transformou suas experiências em relatos que
marcaram o fim da era hippie e registraram os constantes conflitos
entre os conservadores e libertários nos EUA. Em Medo e Delírio em Las Vegas,
um repórter e seu advogado cruzam o deserto de Nevada a bordo de um
carro conversível, totalmente entorpecidos por substâncias ilícitas. O
objetivo do jornalista é cobrir uma corrida de motocicletas em Las
Vegas. A obra ganhou uma adaptação para o cinema de nome homônimo,
lançada em 1998. No longa, Raoul Duke, o repórter, é interpretado por
Johnny Depp, enquanto Benicio Del Toro vive o Dr. Gonzo, o enigmático
advogado.
8. Romeu e Julieta, de Shakespeare
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A mais clássica de todas as histórias de amor foi e sempre será
referência entre os jovens. A tragédia, escrita em 1591, conta a
história de dois apaixonados, Romeu e Julieta, que são impedidos de
ficar juntos por causa de uma briga entre suas famílias (Capuleto x
Montecchio). Mesmo depois de um casamento em segredo, o par é separado
por mais uma turbulência familiar, o que justifica o exílio de Romeu e
o casamento de Julieta com um jovem nobre. Em uma medida desesperada, o
Frei dá à Julieta um elixir para que a garota se finja de morta. Uma
carta do Frei explicando a estratégia é enviada a Romeu, mas a
correspondência se perde. Quando o apaixonado Montecchio fica sabendo
da suposta morte de sua amada, decide voltar à Verona. Ao encontrar o
corpo de Julieta, Romeu decide tirar a sua própria vida. Bom, nem
precisamos contar o que acontece depois, né?
7. Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe
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O romance de Johann Wolfgang von Goethe, escrito em 1774, é um
daqueles livros que chamam a atenção pelo exagero. O protagonista, o
jovem Werther, se apaixona loucamente por uma mulher, Charlotte, que
por sua vez é comprometida com um homem 11 anos mais velho. Impedido de
casar com ela, Werther decide se tornar amigo do casal, o que lhe causa
um sofrimento sem tamanho. A dor, compartilhada a todo o momento com o
leitor, leva o pobre apaixonado a cometer insanidades. O fim da sua
história, uma das mais dramáticas da literatura mundial, já levou
milhares de pessoas a testemunharem o ápice da loucura, consequência de
um amor irreal, descabido e não correspondido. Napoleão Bonaparte
destacou o livro de Goethe como um dos mais importantes trabalhos
literários realizados no continente. Será que ele chorou no final?
6. Laranja Mecânica, de Anthony Burgess
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O protagonista do livro Laranja Mecânica, escrito por
Anthony Burgess, é um adolescente chamado Alex, que narra uma história
futurista sobre uma sociedade violenta e um governo totalitário.
Considerado um ícone literário da alienação pós-industrial do século
XX, a obra ganhou ainda mais destaque ao ser levada para o cinema, em
uma extraordinária versão dirigida por Stanley Kubrick, em 1971. O
livro foi escrito em 1962 e é repleto de um vocabulário próprio, criado
por Burgess, baseado em termos eslavos. O nome do livro é inspirado em
uma velha expressão cockney, espécie de dialeto da classe trabalhadora
da Grã-Bretanha.
5. O Diário de Anne Frank, de Anne Frank
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O livro, uma das histórias mais marcantes da II Guerra Mundial,
conta em primeira pessoa os conflitos pelos quais passa uma jovem
adolescente que tenta sobreviver à perseguição nazista. O seu diário,
publicado pela primeira vez em 1947, mostra a rotina de uma família
judia que vive em Amsterdã, na Holanda, durante a ocupação dos
seguidores de Hitler. Anne Frank morreu aos 15 anos, após ser enviada
ao campo de concentração Bergen-Belsen. O seu diário é considerado por
muitos especialistas um dos melhores registros da guerra e do impacto
que ela causa na vida do ser humano.
4. On the Road – Pé na Estrada, de Jack Kerouac
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Que adolescente, neste mundo inteiro, não se sentiria atraído por um
livro capaz de incentivar, mesmo que indiretamente, a fuga de casa? É
isso que On the Road, de Jack Kerouac, faz com tamanha
maestria. Considerado a bíblia da Geração Beat, e um grande expoente do
movimento que relatou durante anos o submundo da juventude
anticonformista americana, o livro foi escrito em 1951 e conta a
história de dois jovens que, com apenas uma mochila a tiracolo, viajam
os Estados Unidos de costa a costa incentivados pelo jazz, poesia e
drogas. Existem muitas lendas acerca de On the Road. Uma delas
dá conta de um dado curioso: a obra de 320 páginas teria sido
finalizada em apenas três semanas. Muitos artistas se dizem
influenciados pelo livro de Kerouac. Bob Dylan afirmou que Pé na Estrada mudou a sua vida, enquanto Tom Waits compôs a música Home I’ll Never Be em homenagem ao autor, considerado uma “figura paterna” pelo próprio músico.
3. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
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Admirável Mundo Novo, livro de Huxley publicado em 1932, é
leitura obrigatória entre entusiastas de ficção científica. A obra
narra um mundo futurista, onde as pessoas são condicionadas
biologicamente e psicologicamente a se adaptarem a uma série de regras
sociais, impostas em uma sociedade organizada por castas. No universo
criado pelo autor não existem ética religiosa, o conceito da família ou
valores morais. A qualquer dúvida ou insegurança, os habitantes tomam
uma droga chamada soma, capaz de fazer desaparecer qualquer indagação.
Henry Ford, inventor da linha de montagem, é quem ocupa o lugar de
divindade máxima da sociedade. É ele quem administra o setor de
incubação, onde são gerados centenas de fetos em série. Brave New World, como é chamada a obra em inglês, foi inspirada em um livro de H. G. Wells, Men Like Gods.
2. O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger
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Um clássico que marcou gerações, The Catcher in the Rye, em
seu título original em inglês, foi escrito em 1951 pelo americano J.D.
Salinger. Originalmente direcionado ao público adulto, o livro acabou
se popularizando entre leitores adolescentes, graças aos seus temas
centrais: alienação e rebeldia. A trama se desenrola em torno do
anti-herói Holden Caulfield, um jovem de 17 anos que é expulso de um
colégio por causa de suas notas baixas. Ao invés de esperar a notícia
chegar aos seus pais, ele foge da escola no meio da noite, pega um trem
para Nova York e decide ficar em um hotel. É nesse local impessoal que
Caulfield conhece a bebida, as mulheres e um estilo de vida bastante
controverso para a época. Ele vaga pela cidade e revela aos poucos o
seu passado, a sua família, os seus questionamentos. Uma das
características do livro é a linha do fluxo de consciência do
protagonista que atropela a história e faz com que assuntos
completamente desconexos se cruzem em momentos pouco apropriados. A
estratégia, usada propositalmente pelo autor, expressa a instabilidade
emocional de Caulfield, seus anseios e uma linha de pensamento comum
entre jovens de sua idade.
1. Crime e Castigo, de Dostoievski
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O romance russo publicado em 1866 narra a história de um homem
culto, mas extremamente pobre, que passa todo o seu tempo angustiado, à
espera de melhores condições de vida. Para tentar permear o complexo
universo de Raskólnikov, Fiódor Dostoiévski divide o personagem em
dois: ordinário e extraordinário. A trama se desenvolve em torno do
planejamento da morte de um agiota, o que, segundo o protagonista, faz
parte de um projeto maior de mudança da sociedade. Embora exija
maturidade, Crime e Castigo é um dos clássicos livros lidos
por jovens de todo mundo há muitas gerações. Ele é baseado em uma visão
particular sobre religião e existencialismo e mostra, a grosso modo, a
vida de um jovem que busca a salvação por meio do sofrimento.
Via: Veja