A
íntima relação de Aguinaldo Silva com a escrita começou cedo. Publicou
seu primeiro romance pouco antes de completar dezoito anos e logo
estreou como repórter. Sua vida como jornalista daria uma novela com
lances dramáticos e episódios extraordinários, todos narrados na
primeira parte deste livro, que traz as memórias de sua juventude no
Recife dos anos 1960 e na efervescente cena cultural carioca da década
de 1970.
A partir de 1969, Aguinaldo passou a se interessar pela reportagem policial. Junto à apuração dos fatos, imprimiu um tom pessoal às matérias, produzindo textos inesquecíveis sobre o mundo do crime e da violência policial, muitos deles reproduzidos na segunda parte deste livro.
“Eu tinha cuidado e ficava preocupado, pois publicava as maiores barbaridades sobre a polícia, e a turma não era de deixar passar em branco. Na hora de escrever não tinha medo. Mas depois, quando via minhas palavras estampadas no jornal, não vou negar: ficava assustadíssimo. Agora, relendo esses textos escritos há quarenta, 45 anos, concordo com o que Cássio Loredano, que ilustrou muitos deles, disse a meu respeito: ‘Aguinaldo era um louco’. Francamente, de novo me pergunto: como é que não morri?”
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