de Marguerite Duras (Editora Record)
Na história autobiográfica, conhecemos uma adolescente de dezesseis anos que vive com a mãe e os irmãos em Saigon, na Indochina, hoje parte do Vietnã, e na época colônia francesa e lá começa um romance com um chinês rico, mais velho que ela, com quem se encontra eventualmente e tem sua iniciação sexual. Ao mesmo tempo ela lida com as inconstâncias e dificuldades financeiras de sua família, e o relacionamento conturbado com um dos irmãos que é drogado, e rouba até dos vizinhos para sustentar seu vício. Em contrapartida, o irmão mais novo é amável, mas não se impõe. O pai sempre foi uma figura ausente para a família e influenciou negativamente na criação de todos os filhos.
Como uma forma de se revoltar contra a mãe ela vai a encontros escondidos com seu Amante, mas este não é o principal do livro. Marguerite duras tem uma escrita tensa, que te faz prestar atenção em suas palavras, geralmente duras. Achei sua visão do mundo muito pragmática, até pessimista, e com certeza brutal. O que em alguns momento pode parecer frieza na narradora é apenas uma conformidade com o mundo e como ele gira, como a impossibilidade de se casar com este homem que amou, já que o pai dele nunca permitiria. E assim ela segue a vida, se adequando, mas nunca se deixando derrubar pelas imposições que a vida traz. Achei uma leitura de extrema sensibilidade, e muito profundo emocionalmente. O livro passa muito rápido, já que são poucas páginas, mas não deixa de trazer uma espécie de desconforto.Gostaria de agradecer à Júlia, minha melhor amiga por me recomendar uma leitura tão surpreendente.
A adaptação para o cinema foi dirigida pelo francês Jean-Jacques Annaud, e estrelado por Jane March e Tony Leung como o casal principal. O diretor, também conhecido por O Nome da Rosa, A Guerra do Fogo, e Sete Anos no Tibete recebeu uma indicação ao prêmio César por O Amante, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Confira o trailer:
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