Em 2018, a clássica obra de Mary Shelley, Frankenstein, completa 200 anos. Publicada originalmente em 1818, quando a autora tinha apenas 20 anos, revolucionou o gênero literário dos contos de terror. A obra mistura elementos de terror e ficção cientifica e rapidamente tornou-se um grande clássico da literatura gótica.
Para comemorar os 200 anos do monstrinho, o selo Via Leitura, da Edipro, traz uma nova edição da obra, que é considerada uma das maiores e mais fascinantes histórias de horror de todos os tempos.
Confira 10 curiosidades que poucas pessoas conhecem sobre o conto:
1. Frankenstein surgiu de uma aposta?
Em 1816, Mary Shelley, John Polidori, Percy Shelley e Lord Byron (os dois últimos considerados uns dos maiores poetas da língua inglesa), fizeram uma aposta entre amigos de quem conseguiria escrever a melhor história de horror de todos os tempos. Nesta ocasião, Mary escreveu o clássico Frankenstein, o que a tornaria “a mãe da ficção cientifica”.
2. Quem escreveu Frankenstein mesmo?
Apesar de hoje em dia todos conhecerem Mary Shelley como a criadora do famoso monstrinho, nem sempre foi assim. Isso porque a primeira publicação da obra foi lançada de forma anônima. Os motivos para Mary ter feito isso ainda são discutidos. Alguns defendem que a autora preferiu o anonimato por temer críticas enviesadas por ser uma jovem mulher. Outros acreditam que foi devido a fama de seus pais. Mary é filha do filósofo William Godwin e da feminista Mary Wollstonecraft.
3. O monstro não chama Frankenstein? Como assim?
Frankenstein na realidade é o nome do cientista que criou o monstro, o Dr. Victor Frankenstein. Na história original o monstro não tem nome, sendo chamado de “O monstro”, “A criatura”, ou “Aquilo”.
4. Frankenstein e a bioética.
Na história, o monstro é concebido de forma desumana, movido unicamente pela ambição do cientista. A criatura não recebe sequer um nome e é altamente desprezada pela sociedade. Inclusive, esse é um dos temas no qual Frankenstein é debatido até hoje: o da bioética. Esse ano, o The Royal Institution (fundado em Londres em 1799) irá organizar um congresso devido os 200 anos de Frankenstein, para discutir, entre outros temas, a bioética e a biotecnologia.
5. A obra de Marry Shelley e a transfusão de sangue.
No ano de 1818, foi realizada a primeira transfusão de sangue com sucesso. Mesmo assim o processo, por décadas, foi considerado como um procedimento bastante arriscado. O desenvolvimento de novas técnicas e descobertas cientificas da medicina sempre geraram muitos debates. E na obra, Mary traz ao público algumas dessas discussões que estavam surgindo na época.
6. Frankenfoods?
A obra de Mary Shelley inspirou não somente grandes nomes da cultura, mas também ultrapassou barreiras e chegou ao ramo alimentício. Frankenfood, ou comida Frankenstein, é o termo derivado em inglês para alimentos geneticamente modificados, que são mais conhecidos como transgênicos. O nome Frankenfood é usado normalmente por críticos dessa descoberta, como Paul MacCartney em sua campanha “Say no to GMO” (diga não para o Organismo Geneticamente Modificado).
7. O Frankenstein não é verde.
Na obra original de Mary Shelley, o monstro não é da cor verde, como estamos habituados a ver nas inúmeras adaptações cinematográficas do livro, mas sim a criatura é descrita com um tom de pele “amarelo pálido”, uma cor cadavéria. Assim como é visto na versão interpretado por David Prowse, de 1970, e Penny Dreadful, exibida no Brasil pela HBO e tem a versão também disponível no Netflix.
8. Frankenstein realmente existe?
Sim, Frankenstein realmente existe, e não, não é da maneira que as pessoas pensam. Na verdade, Frankenstein é o nome de um castelo que fica localizado na região de Darmstand, na Alemanha. Inclusive, o local foi visitado por Mary Shelly na época, e o nome foi usado de inspiração para sua obra.
A melhor parte disso é que o castelo ainda existe, bom pelo menos em parte. A edificação hoje encontra-se em ruínas, porém ainda existem algumas torres de pé e partes do castelo ainda podem ser visitadas. O local possui um pátio enorme, uma pequena lanchonete e uma área para piquenique com mesinhas.
9. Assistente Igor
O assistente Igor, que nas adaptações cinematográficas é criado para dialogar com o Dr. Victor, e também serve, em alguns momentos, como alívio cômico na história, de nada tem a ver com o personagem da literatura. Na obra, o assistente é descrito como recluso e que cada vez mais passa a se distanciar da sociedade.
10. O que a aposta rendeu no final?
Já citamos que a motivação para Mary Shelley começar a produzir esta obra de terror foi uma aposta feita entre amigos. Porém, alguns fatos interessantes podem ser contextualizados. Na aposta, além de Mary, também participa o escritor Percy Shelley. O sobrenome do autor não é mera semelhança, pois Mary e ele se casaram alguns anos depois.
Além do Frankenstein, a aposta também rendeu o início de outro gênero de terror literário que é aclamado até hoje, o dos vampiros. Já que John Polidor escreveu The Vampyre, que seria a primeira obra literária sobre o tema.
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