Dados obtidos pela pesquisa Mapa da Violência 2017 do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde revelaram que a taxa de suicídio na população brasileira entre 15 e 29 anos aumentou 10% entre os anos de 2002 e 2014. O crescimento também revela uma maior abertura para se falar do assunto nos tempos atuais. Antes considerado um tabu, hoje o suicídio é, inclusive, tema da famosa série do Netflix, "13 Reasons Why".
Quem também resolveu falar sobre o assunto foi Kiko Rieser, dramaturgo, diretor e produtor de teatro, em Átimo, seu novo livro publicado pela Editora Instante. Com texto de quarta capa do também escritor Santiago Nazarian, a obra traz a história de Lígia, uma jovem arquiteta, que faz de tudo para investigar a morte do vizinho do bloco da frente, Cássio, que se jogou do prédio. Após ser chamada para depor na delegacia como possível testemunha do caso, passa a se envolver demais com os amigos e familiares de Cássio a ponto de começar a frequentar o apartamento dele. E quanto mais mergulha na vida do vizinho, mais se encanta pelo homem que nunca iria conhecer. Presa ao passado, se apega ainda mais à ideia do próprio suicídio.
Os livros, os discos, ele gostava das mesmas
coisas que eu. Nada que mostrasse incompatibilidade
entre a gente. Pelo contrário, se a gente tivesse se
conhecido, provavelmente teríamos virado amigos.
Ou mais que amigos.
Como num jogo de espelhos, Átimo propõe uma trama de reflexos e projeções, no qual a protagonista acaba se voltando para si, numa autoanálise dolorosa, em busca de explicação para o desejo de dar cabo da própria vida. O primeiro romance do diretor e produtor de teatro Kiko Rieser, publicado pela Editora Instante, prende o leitor do início ao fim em uma narrativa ambientada na capital paulistana que reflete sobre a morte, a vida, a solidão urbana, as falsas aparências, o apego ao passado, entre outros temas.
O livro pode ser adquirido em www.editorainstante.com.br.
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