quarta-feira, 3 de julho de 2019

Um novo olhar sobre a Psicanálise

Focada em livros de Psicanálise, a Aller Editora oferece em seu catálogo obras que se debruçam sobre os temas cruciais da teoria e da prática clínica, desde seus fundamentos até os novos debates sobre questões da atualidade e suas repercussões sobre o sujeito contemporâneo.

Entre seus lançamentos, a casa editorial traz ao leitor obras de grande sucesso no meio internacional, como A perversão e a psicanálise, do psicanalista e psiquiatra francês Luis Izcovich. A obra disseca um dos conceitos mais importantes da Psicanálise e, ainda, suscita discussões.

Colette Soler, agrégée da Universidade em Filosofia, diplomada em Psicopatologia e doutora em Psicologia, também chega ao mercado literário brasileiro pela Aller. Na obra Lacan, leitor de Joyce, Soler afirma que os lacanianos (inclusive ela) se precipitaram a responder que o escritor irlandês James Joyce seria um psicótico. A autora desconstrói essa resposta e mostra ponto a ponto como ela errou anteriormente e como pensa em se corrigir.

Até mesmo mortos-vivos ganham espaço na editora. A obra Ensaios sobre mortos-vivos, organizada pelos psicanalistas Rodrigo Gonsalves e Diego Penha, reúne textos que analisam o conceito de decomposição para revelar o que há de comportamento zumbi nas relações humanas (ou desumanas) na atualidade.

Já na obra Laços possíveis, as psicólogas e psicanalistas Renata Kerbauy, Márcia Barone Bartilotti e Gislaine De Dominicis organizam e apresentam diversas experiências clínicas com casais e família a fim de viabilizar a ampliação de caminhos para a compreensão e condução de casos semelhantes, considerando o significativo aumento da demanda clínica, tanto institucional quanto privada.

Inspirada na palavra francesa Aller, que significa “ir”, a casa editorial convida leitores, atuantes na área de Psicanálise ou não, a percorrer caminhos que cruzam fronteiras e a embarcar nessa aventura que é ler como movimento.

Conheça alguns:

Título: A perversão e a psicanálise
Autor: Luis Izcovich
A perversão, um dos conceitos mais importantes da psicanálise, ainda suscita muitas dúvidas e discussões. Questões como “os perversos são analisáveis?” ou “existem mulheres perversas?” são objeto de debate. Mais ousado ainda é aventurar-se a abordar o tema a partir da leitura que Jacques Lacan fez da obra freudiana – e é exatamente a isso que se propõe Luis Izcovich nesta obra. 
A partir das estruturas clínicas (que incluem também a neurose e a psicose), ele sustenta a perversão como uma entidade clínica muito bem definida que mostra uma relação particular com o desejo e a falta. É isso que permite ao analista – diferentemente do que acontece com a psiquiatria ou mesmo com o discurso social – olhar de forma clinicamente diferenciada a maneira como o sujeito trata essa falta. 
“O perverso não cessa de, incansavelmente, restituir ao corpo do Outro o gozo perdido”, afirma o autor de A perversão e a psicanálise. “O que o perverso sabe é o que constitui a falta do Outro.” Acompanhe Luis Izcovich nessa jornada audaciosa em um dos temas mais complexos e controversos da clínica psicanalítica.


Título: Lacan, leitor de Joyce
Autora: Colette Soler
Acompanhar Soler neste livro é uma oportunidade de fazer, parafraseando Joyce, uma recirculação de volta a Freud, Lacan e cercanias.
Poderíamos colocar no início desse livro: “Cuidado, tinta fresca, work in progress”. Isso porque, apesar da leveza com que a autora escreve, ela nos convoca a pensar sobre assuntos que giram dias na cabeça, que tiram as certezas já empoeiradas das prateleiras e que obrigam a pensar sobre temas aparentemente resolvidos. “Joyce era louco?”, pergunta Lacan. Soler nos afirma que os lacanianos, inclusive ela, se precipitaram a responder que ele era um psicótico. E essa afirmação apoiou vários teóricos em suas construções. No entanto, Soler desconstrói essa sua resposta e mostra ponto a ponto como ela errou anteriormente e como pensa em se corrigir.
Para rever os diagnósticos, Soler nos entrega sua própria leitura da obra de James Joyce, trazendo exemplos nos trechos dos textos desse autor. Damos, com Soler, uma volta a mais sem voltar ao mesmo lugar, sem nos acomodar. Acompanhamos cada retomada, feita a partir de perguntas que abrem o caminho.


Título: Ensaios sobre mortos-vivos
Organizadores: Diego Penha e Rodrigo Gonsalves
Os rostos são pálidos e sem expressão. Os olhos, vidrados e sem profundidade. Os corpos se movimentam como se fossem autômatos. Eles vagueiam pelas ruas, pátios de fábricas, escritórios e muitos outros lugares em busca de algo que possa satisfazer sua fome.
Ao ler esse relato, seria natural pensar nos zumbis que povoam os cenários de filmes como o clássico A noite dos mortos-vivos, da série The walking dead ou do vídeo da música Thriller, de Michael Jackson – aquelas criaturas macabras, em estado de putrefação, que partem de suas tumbas em busca de carne humana para alimentar sua (não) existência.
Mas a descrição também cabe na dimensão da labuta repetitiva do operário, na ronda dos grupos adolescentes consumistas dentro do shopping, no semblante da executiva durante a reunião de uma multinacional diante da pressão por resultados. E é sobre esse tipo de vida-meio-morte, desprovida dos humores e fluidos que a aproximam do que há de mais fundamental em sua humanidade, que os autores reunidos nesta obra propõem reflexão.
A partir de um olhar ora político, ora psicanalítico, ora artístico, mas sempre contextualizando sobre o simbólico dos corpos sem alma, os textos reunidos por Rodrigo Gonsalves e Diego Penha em Ensaios sobre mortos-vivos, elaborados por um seleto grupo de pensadores da contemporaneidade, decompõem o conceito de decomposição para revelar o que há de comportamento zumbi nas relações humanas (ou desumanas) e nos alertar: cuidado, pois eles tão em todo lugar!
Estar à altura de seu tempo é o convite final deste livro. O final da obra lacaniana aberto a partir da proposta de Joyce: Finn again.


Título: Laços possíveis: exeperiências clínicas com casais e famílias
Organizadoras: Renata Kerbauy, Márcia Barone Bartilotti e Gislaine De Dominicis

Uma das grandes pretensões da cultura de generalização contemporânea é a de supor que é possível engendrar um plano ou uma superequação capaz de resolver todos os problemas de determinada natureza. Mas a vida em família não é resultado de fórmulas. Quando um casal se vê diante de uma crise no relacionamento e se dispõe a buscar acompanhamento clínico, seu caso é singular, único, assim como deve ser a escuta e o acompanhamento do analista.
A proposta das organizadoras de Laços possíveis: experiências clínicas com casais e famílias é apresentar e compartilhar diferentes modalidades de intervenções clínicas, funda- mentadas por diversos recortes teóricos e técnicos de autores com experiência ampla e reconhecida. O objetivo é viabilizar a ampliação de caminhos para a compreensão e condução de casos semelhantes, considerando o significativo aumento da demanda clínica, tanto institucional quanto privada.
Com essa obra, tanto organizadoras quanto autores esperam contribuir para a forma- ção de novos terapeutas de casal e família, bem como incentivar outros profissionais a escrever e compartilhar suas vivências, dificuldades e olhares teóricos clínicos acerca dessa temática.

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