No final de 2015, depois de 45 anos de dedicação ao Grupo RBS (Rede Brasil Sul de Comunicações), Nelson P. Sirotsky decidiu deixar os cargos executivos da empresa fundada por seu pai e que capitaneara a comunicação no sul do país. Era chegada a hora de trilhar um novo caminho. Em O oitavo dia, lançamento da Editora Sextante para o mês de outubro, o empresário conta a trajetória daquele jovem que começou a trabalhar aos 17 anos e assumiu a presidência do grupo antes dos 40. Uma narrativa que fala não só sobre seus negócios, mas também sobre sua saga familiar, que começa com imigrantes que atravessaram o mundo para tentar a vida na América.
Para chegar a um formato inovador dos relatos que guarda na memória, Nelson convidou Leticia Wierzchowski, autora da consagrada obra A casa das sete mulheres, para um mergulho em seus valores, espiritualidade e reflexões, tanto no âmbito pessoal quanto no empresarial. O resultado é uma história de coragem e de sucesso, um livro em que fatos reais ganham uma dimensão literária. “Este não é um livro de memórias, uma história empresarial ou uma obra de ficção. O oitavo dia é um pouco de tudo isso. Os assuntos aqui abordados têm a minha perspectiva da verdade, que, como qualquer verdade, não é absoluta”, explica Nelson.
A construção flexível do texto multiplica as visões sobre o empresário e sobre os fatos, e ajuda a esclarecer a personalidade forte e carismática de um homem que, desde menino, sentiu o mais completo fascínio pela profissão do pai, o comunicador Mauricio Sirotsky Sobrinho, falecido em 1986. Do início de sua carreira como auxiliar de contabilidade à presidência do grupo empresarial, Nelson compartilha no livro os bastidores de um dos mais respeitáveis e influentes conglomerados de comunicação do Brasil.
“Quando deixei de exercer funções executivas na RBS, decidi dividir com os companheiros da empresa, e com o público, as razões daquela decisão tomada aos 63 anos de idade. Escrevi uma carta aberta que acabou sendo publicada no jornal Zero Hora. Expliquei que resolvera me afastar para fazer coisas diferentes, sem ter mais a empresa de comunicação como elemento central de minha vida. Foi somente mais tarde que me dei conta de que, ao escrever aquela mensagem, eu estava, na verdade, fazendo uma profunda reflexão sobre a minha existência, e de como eu gostaria de dividir essas histórias com outras pessoas. Aliás, acho que esse ímpeto de comunicar, esse desejo tão forte de compartilhamento, está no meu sangue”, relata.
O oitavo dia está dividido em quatro narrativas: A árvore da vida, que mergulha nas relações familiares e afetivas, e mostra, ainda, a influência decisiva da educação, da espiritualidade e do exemplo; A chave do cofre, que trata da trajetória profissional de Nelson, suas escolhas, decisões, erros e acertos, tendo como pano de fundo a relação com o pai, e a história do Grupo RBS; O oitavo dia, que dá nome ao livro e traz sua visão de futuro e seus planos após deixar o comando da empresa – tanto no campo profissional quanto pessoal; e, por fim, Autorretratos, escrito em primeira pessoa e com reflexões profundas sobre alguns dos temas abordados ao longo da obra.
Para fugir dos tradicionais álbuns de família, o livro traz ainda imagens de objetos de valor sentimental, metafórico ou histórico, assinadas pelo premiado fotógrafo Celso Chittolina, autor também da foto de capa.
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