Baal, editada pela Record, é uma história familiar, escrita pela escritora e psicanalista Betty Milan, autora do best-seller Paris não acaba nunca, livro de crônicas – publicado inclusive na China – e dos romances, A Mãe Eterna e O Papagaio e o Doutor, cujos direitos já foram comprados para o cinema.
O narrador do novo livro é Omar, originário do Oriente Médio. Após largar do seu país para fugir da guerra ele enfrenta, na América, o drama do preconceito e as dificuldades da mascatagem. Depois, contrariando todas as estatísticas, enriquece e constrói para a sua filha única, Aixa, um palácio, Baal, que é “uma joia do Oriente no Ocidente”.
Após a sua morte, o mundo familiar começa a ruir, assim como o palácio que, além de ter sido a casa da família, acolheu muitos imigrantes e estava destinado a ser um memorial da imigração.
Pervertidos pelo dinheiro e com medo do empobrecimento, os netos resolvem demolir Baal para vender só o terreno e fazer o mais rentável dos negócios. Tiram a mãe, Aixa, já idosa do lugar onde ela sempre morou e a transferem com a fiel servidora e o cachorro para um cubículo.
Indignado, Omar rememora a sua vida e, ao fazer isso, descobre que, por ter sido omisso, também foi responsável pelo drama da família. O protagonista não contou sua verdadeira história e não transmitiu o que sabia. Além disso, não formou Aixa para ser a sua sucessora pelo fato dela ser mulher.
Trata-se de uma obra sobre o sofrimento, a luta e o trabalho dos imigrantes. Sobre o preconceito em relação às raízes. Sobre a falta de gratidão dos descendentes. Baal mostra a importância da rememoração e dá a entender que a memória é a condição da paz.
O homem imigra desde sempre. Mas a história subjetiva da imigração é pouco conhecida e é por ela que Betty Milan se debruça, daí a originalidade desta nova obra.
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