sexta-feira, 14 de junho de 2019

Preparação para a Flip: Os sertões


Autor de uma das obras fundamentais sobre o Brasil – Os sertões – o escritor, jornalista e engenheiro Euclides da Cunha (Rio de Janeiro 1866-1912) é o Autor Homenageado da Flip 2019, que acontece de 10 a 14 de julho, em Paraty. A editora Fernanda Diamant é a curadora responsável pelo Programa Principal, que tem direção geral e artística do arquiteto Mauro Munhoz.

E para ajudar você a se preparar para essa festa, o clássico sobre a rebelião de Canudos chega à Penguin-Companhia com novo estabelecimento de texto, notas, cronologia e textos de apoio de Lilia Moritz Schwarcz, André Botelho e Luiz Costa Lima. Uma obra sobre o sertão, as injustiças sociais do Brasil e a violência que marcou o país.

Segundo Fernanda Diamant:

“Os sertões pode ser considerado um dos primeiros clássicos brasileiros de não ficção. Mistura jornalismo, geografia, filosofia, teorias sociais e científicas– muitas delas ultrapassadas – para falar de um país em transição. O país tornava-se república no auge do determinismo. A obra mudou o entendimento que se tinha sobre o interior do país e do homem sertanejo. Além de ser grande literatura do ponto de vista da forma, ela faz críticas morais, políticas e sociais altamente pertinentes no Brasil de hoje. Mais que tudo, mostra a transformação existencial de um homem que entra contato com uma realidade desconhecida e precisa reorganizar seus valores.”

Escrito a partir do trabalho jornalístico de Euclides da Cunha sobre a rebelião de Canudos, Os sertões é considerada uma das obras mais importantes da literatura nacional. Ao narrar a violenta e exaustiva repressão sofrida pelo bando de Antônio Conselheiro, o autor narra também a formação do homem sertanejo.

Muitas vezes visto como corroboração às ideias evolucionistas que permearam os anos 1900, este livro, na verdade, leva as contradições de tais ideias ao limite. A própria narrativa, o contar dos acontecimentos, vai desenhando um argumento contrário às polaridades e dicotomias estanques.

Ainda muito atual, Os sertões denuncia os crimes cometidos por uma sociedade eurocêntrica, violenta, autoritária, desigual e excludente, além de desafiar qualquer resposta fácil para as questões sertanejas.

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