quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Reflexos de sensibilidade em luz e poesia

Com textos de profundidade subjetiva e de inspirações ora psicológicas, ora filosóficas, o autor permeia pelo passar dos anos e os reflete no livro Espectros. O poeta catarinense Mauro Felippe partilha da ideia de que cada época da vida é multiplicada pelas sucessivas reflexões das que lhe seguem, e, por isso, para a criança o tempo é tão longo e, em contrapartida, a fase da velhice parece tão curta.

Espectros é prefaciado pelo psicólogo, professor e escritor Adroaldo Bittencourt e pela poetisa e educadora Anna Zin Pilotto – ambos grandes especialistas em suas respectivas áreas –, que antecipam para o leitor: versos marcantes e uma grande aventura poética estão por vir. Mauro Felippe criou a obra a partir de ensaios provenientes de períodos ociosos de paz interior que resultaram em tal construção, profunda e desprovida de princípio, meio e fim. Ou seja, cada peça vale por si mesma, sem estar ligada necessariamente à outra numa sequência, sendo cada página o seu próprio começo e final de acordo com os critérios do próprio leitor.

Livros são fontes que transbordam
Nenhum animal descreve o passado
Nem o que ocorre no presente
Nem desenha o futuro
O homem, ao menos, desabafa escrevendo.

A obra é ricamente ilustrada pelo artista visual Rael Dionísio, que utiliza de forma generosa as cores e imagens intensas, perfeitas para os versos de Mauro. Este possui uma veia artística que mostra a realidade de maneira poética, crítica e existencialista, proporcionando uma verdadeira viagem no tempo ao leitor. O poeta consegue trazer os espectros visíveis e invisíveis da luz do mundo e da magnificência das pequenas coisas que observadas por olhos como os dele se mostram tão grandiosas.

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